Logo R7.com
Logo do PlayPlus

Quem é Eyal Zamir, novo chefe militar de Israel

Major-general aposentado assume comando após renúncia de Herzi Halevi, prometendo continuar combate contra Hamas e autossuficiência militar

Internacional|Do R7

Eyal Zamir discursa em fevereiro de 2023 Divulgação/Ministério da Defesa de Israel

Israel empossou nesta quarta-feira (5) o major-general aposentado Eyal Zamir como novo chefe do Estado-Maior do Exército, em uma cerimônia marcada por promessas de continuidade no combate e pela busca de autossuficiência militar.

Zamir, ex-diretor-geral do Ministério da Defesa, substitui o tenente-general Herzi Halevi, que renunciou em janeiro após assumir responsabilidade pelas falhas militares no ataque do grupo terrorista Hamas em 7 de outubro de 2023.

A nomeação do novo comandante ocorre em um momento de tensões renovadas, com um cessar-fogo frágil em Gaza e negociações estagnadas sobre reféns.

Leia mais

Escolhido no último mês pelo ministro da Defesa, Israel Katz, e pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, Zamir assume o comando de todas as operações militares israelenses, incluindo as atuações em Gaza, Síria e Líbano.


Em seu primeiro discurso como chefe do Exército, ele disse que 2025 “continuará sendo um ano de combate”, apesar dos acordos de cessar-fogo em Gaza e no Líbano, segundo a Al Jazeera.

“O Estado de Israel se defenderá por si mesmo e produzirá suas próprias armas de forma independente, diante de qualquer ameaça”, declarou, sem mencionar a significativa ajuda militar recebida dos Estados Unidos.


A Reuters relata que Zamir, promovido a tenente-general antes de assumir o posto, destacou em seu discurso de posse que “a missão ainda não está completa”. Ele enfatizou a necessidade de derrotar o Hamas e trazer de volta os 59 reféns ainda mantidos pelo grupo, em um contexto de trégua instável mediada por Catar, Egito e EUA.

“Não perdoaremos, não esqueceremos. Esta é uma guerra existencial”, afirmou. A trégua, iniciada em janeiro, permitiu a troca de 33 reféns israelenses e cinco tailandeses por cerca de dois mil prisioneiros palestinos, mas as negociações para uma retirada total das forças israelenses de Gaza seguem paralisadas.


Trajetória controversa

Zamir ingressou no Exército em 1984 como oficial de tanque e tem uma longa carreira militar. Segundo a Al Jazeera, ele comandou a 7ª Brigada Blindada em 2003 e a 36ª Divisão Blindada em 2009, além de ter sido secretário militar de Netanyahu entre 2012 e 2015.

Durante seu comando no sul de Israel, entre 2015 e 2018, suas tropas reprimiram a Grande Marcha do Retorno em Gaza, resultando na morte de mais de 150 manifestantes palestinos e ferimentos a 10 mil, incluindo crianças e jornalistas. Zamir justificou as ações à época, afirmando que suas forças enfrentavam “ataques terroristas camuflados de tumultos”.

Em 2021, ele deixou o Exército e se mudou para os EUA, onde foi pesquisador no Instituto de Política do Oriente Próximo de Washington. Zamir voltou a Israel em 2023 para assumir o Ministério da Defesa.

A nomeação dele é vista como alinhada aos interesses de Netanyahu, que resistiu a investigações sobre as falhas governamentais no ataque de 7 de outubro, que matou 1.200 pessoas e resultou em 251 reféns. O ex-chefe Halevi, ao deixar o cargo, defendeu uma comissão de inquérito para analisar o episódio, mas o premiê segue contrário à ideia.

Reações e polêmicas

A escolha de Zamir foi elogiada por setores da direita radical do governo. O ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, afirmou, segundo a Al Jazeera, que Israel se prepara para ocupar Gaza em coordenação com o presidente americano Donald Trump.

Netanyahu também celebrou a nomeação, destacando o “comprometimento” de Zamir e sua “abordagem voltada para o ataque”. “Esperamos grandes conquistas que mudarão o Oriente Médio”, disse o premiê.

Por outro lado, a trajetória de Zamir levanta controvérsias. Em 2007, ele defendeu a “punição coletiva” contra “populações terroristas”, prática ilegal sob o direito internacional, de acordo com a Al Jazeera.

Organismos como a ONU (Organização das Nações Unidas) acusam Israel de crimes de guerra em Gaza, onde a campanha militar pós-7 de outubro matou mais de 48 mil palestinos. Israel rejeita as acusações e diz que o Hamas cometeu atrocidades no ataque inicial.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.