Separatistas catalães tomam posse como parlamentares europeus
Carles Puigdemont e Antoni Comin prometeram colocar o movimento de independência na agenda. Políticos, que vivem em um exílio na Bélgica
Internacional|Do R7

Os líderes separatistas catalães Carles Puigdemont e Antoni Comin chegaram ao Parlamento Europeu para assumir suas cadeiras na segunda-feira (13), prometendo colocar o movimento de independência na agenda da Europa, dias depois que a Espanha reiterou seu pedido de prisão.
"Este é um dia histórico para nós", disse Puigdemont a repórteres do lado de fora do Parlamento na cidade francesa de Estrasburgo, ladeada por apoiadores.
"Estamos aqui para lembrar às pessoas que a crise catalã não é uma questão interna, é uma questão européia."
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Os dois políticos, que vivem em um exílio autoimposto na Bélgica, são alvo da Justiça da Espanha por seu papel em desafiar os tribunais espanhóis a realizar um referendo em 2017 sobre a independência da região e a breve declaração de secessão que se seguiu.
Puigdemont e Comin foram eleitos parlamentares europeus em maio, mas não puderam retornar à Espanha para prestar juramentos e obter credenciais pelo receio de serem presos.
No entanto, seu status mudou no mês passado, quando o Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) decidiu que outro líder separatista Oriol Junqueras, também eleito deputado em maio, tinha direito à imunidade.
Junqueras, que permaneceu na Espanha, foi condenado a 13 anos de prisão em outubro por seu papel na tentativa de separação da Catalunha em 2017.
Depois que a Suprema Corte da Espanha decidiu na semana passada que a condenação o impedia de imunidade como deputado, o Parlamento Europeu na sexta-feira revogou seu mandato.
Puigdemont pediu que Junqueras fosse autorizado a exercer o mandato que lhe foi dado pelos eleitores.
"Se a União Européia fosse realmente uma união de direitos e liberdades, Oriol Junqueras estaria aqui hoje", afirmou.
A Suprema Corte da Espanha pediu na sexta-feira que o Parlamento Europeu retire sua imunidade a Puigdemont e Comin, reiterando que os dois devem ser entregues às autoridades espanholas com base em seus mandados de prisão europeus.