Suécia diz que pode reabrir caso contra Julian Assange
Fundador do WikiLeaks, preso em Londres após pedido de deportação dos EUA, foi acusado por crimes sexuais, que já teriam prescrevido
Internacional|Da EFE
A Procuradoria da Suécia informou, nesta quinta-feira (11), que não tem uma posição sobre a situação do fundador de WikiLeaks, Julian Assange, após sua detenção na embaixada do Equador em Londres, mas disse que o caso contra ele pode ser reaberto.
As autoridades suecas encerraram em maio de 2017 a investigação preliminar contra Assange, aberta sete anos antes por crimes sexuais, diante da impossibilidade de fazê-la avançar depois que o jornalista australiano se refugiou na embaixada equatoriana em 2012 para evitar sua extradição.
"Uma investigação preliminar pode ser retomada antes de os crimes prescreverem. Neste caso, o suposto estupro prescreve em meados de agosto de 2020", informou a Procuradoria sueca em comunicado.
Os outros três crimes sexuais dos quais Assange é acusado por duas mulheres após sua estadia na Suécia, em agosto de 2010, já prescreveram há anos.
Assange detido em Londres
"Não podemos tomar uma postura sobre as informações que surgiram. Também não sabemos por que ele foi detido. Acompanhamos os eventos", disse na nota a procuradora-chefe, Ingrid Isgren.
Assange foi detido depois que o Equador retirou seu asilo "por violar reiteradamente convenções internacionais e o protocolo de convivência" e autorizou a entrada da polícia britânica.
A advogada de uma das denunciantes de Assange, Elisabeth Massi Fritz, afirmou a veículos de imprensa suecos que fará "todo o possível" para que a investigação seja reaberta e ele seja extraditado.
Já o advogado de Assange na Suécia, Per E. Samuelson, disse que uma reabertura do caso seria "improvável" e uma "vergonha" para o sistema judiciário sueco.
Suécia emitiu ordem de prisão em 2010
A Procuradoria da Suécia emitiu em novembro de 2010 uma ordem de prisão europeia contra Assange, que foi detido um mês depois em Londres, e a partir daí começou um processo judicial que culminou em junho de 2012, quando o Supremo reafirmou a extradição à Suécia e o jornalista se refugiou na embaixada equatoriana.
O processo na Suécia contra Assange, que se declara inocente e não foi formalmente acusado de nada, foi cercado de polêmica sobre a solidez das denúncias e os motivos das denunciantes, vazamentos na imprensa, substituições de procuradores e a reabertura de um caso que tinha sido inicialmente reduzido a crime menor.