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Juiz libera operação da Vale em unidade que teve 200 casos de covid

Complexo de Itabira (MG) havia sido interditado pelo Ministério do Trabalho; magistrado citou Aristóteles e Carl Jung para autorizar atividades

Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7

Fiscal diz que Vale não tem estudo epidemiológico
Fiscal diz que Vale não tem estudo epidemiológico Fiscal diz que Vale não tem estudo epidemiológico

Um juiz de Itabira, a 111 km de Belo Horizonte, autorizou o funciomanto da Vale em um complexo minerário da empresa que tem ao menos 200 trabalhadores contaminados com covid-19.

A SRT-MG (Superintendência Regional do Trabalho de Minas Gerais), do Ministério do Trabalho, determinou a interdição do local na segunda-feira (27), após uma vistoria.

A operação das três minas que fazem parte do complexo não chegou a ser interropida, já que a mineradora entrou com um pedido de urgência na Justiça para barrar a interdição.

A solicitação foi atendida pelo juiz Adriano Antonio Borges, da Vara de Trabalho. Na decisão, o magistrado destacou que, conforme informado pela Vale, todos os funcionários diagnosticados com coronavírus estão sendo afastados.

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Ao derrubar a interdição do Ministério do Trabalho, Borges destacou que tendo como base os 7 anos de experiência como juiz na região, ele pode afirmar que "em termos de saúde, higiene e medicina do trabalho a Vale persegue a excelência, o que não seria diferente no caso da covid-19, conforme nos mostra a documentação aqui juntada"

O magistrado ainda citou um filósofo e um psicoterapeuta suíço para defender que é preciso observar a flexibilização do isolamento social que vem sendo adotada em várias cidades.

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"Aprendi com Jung que a luz que procuramos pode nos cegar e com Aristóteles que a mediania, a não radicalização, em tempos difíceis nos indica o melhor a fazer, e certamente o melhor não é fechar a fábrica quando o país se prepara para uma “abertura” gradativa", destacou o juiz.

Interdição

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Odete Cristina, auditora fiscal do trabalho que realizou a interdição do complexo minerário, explica que a própria Vale informou aos fiscais que está fazendo testes de covid-19 em todos os funcionários e que aproximadamente 9% tiveram diagnóstico positivo nas minas de Itabira.

Segundo Odete, a unidade conta com aproximadamente 5.000 funcionários, mas parte deles está afastado ou de home-office. Assim, até o dia em que a fiscalização foi feita, a empresa teria testado 2.100 trabalhadores.

Além da interdição, a Secretaria Regional do Trabalhou orientou a empresa fornecer informações aos empregados sobre o uso correto das máscaras que esão sendo distribuídas e enrijecer a cobrança pelo distanciamento mínimo entre os trabalhadores.

— Nós optamos pela interdição ao observar que a empresa ainda não tinha feito estudo epidemiológico, mapeando onde os contaminados estavam localizados.

Outro lado

Procurada, Vale informou que está operando com um número mínimo de funcionários e terceirizados. A empresa destacou que os trabalhadores considerados de grupo de risco foram afastados de suas atividades. 

Além disto, a mineradora ter tornado obrigatório o uso de máscaras na empresa e que todos os funcionários passam por triagem diária ao chegar nas unidades. A companhia disse que não vai comentar sobre o número de contaminados, "por respeito à privacidade dos empregados".

Confira a íntegra da nota da Vale:

"A Vale tomou conhecimento do Termo de Interdição, expedido pela Superintendência Regional do Trabalho e, imediatamente, ajuizou a ação anulatória com pedido de liminar, o que foi deferido pelo juiz da 2ª Vara de Itabira, determinando a manutenção de todas as atividades da Vale no Complexo de Itabira.

A Vale está enfrentando o desafio da Covid-19, atuando em duas frentes: na adaptação das suas operações e no apoio às comunidades. Nas nossas operações, a Vale está trabalhando com um contingente mínimo de pessoas de forma a manter apenas as atividades essenciais com segurança. Além do “home office”, adotado desde 16 de março, a empresa colocou em prática uma série de ações para proteger a saúde e a segurança de seus empregados e terceiros, como a manutenção dos trabalhadores acima de 60 anos ou com fatores de risco em casa, escalonamento de turnos e desinfecção constante dos ambientes, o uso obrigatório de máscaras nas unidades, triagem diária na chegada dos trabalhadores, com aferição de temperatura corporal e aplicação de questionário de saúde para 100% do efetivo, uso de tecnologia para rastreamento por onde os empregados passaram, além de outras medidas de distanciamento social, como aumento da frota de ônibus para reduzir lotação e maior distanciamento nos restaurantes.

A Vale está realizando a testagem de todos os seus empregados e terceiros, e retirando do ambiente de trabalho aqueles que testaram positivo, ainda que assintomáticos, bem como todos os que eventualmente possam ter tido contato com o empregado que testou positivo. Dessa forma, a empresa previne que não haja contágio em suas operações.

Sobre resultados de exames, como já informado, por respeito à privacidade dos empregados, a Vale não divulga resultados de exames."

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