Vereador homenageia Kim Jong-un e gera polêmica no Psol
Moção da Câmara do Rio foi entregue pelo vereador Leonel Brizola a embaixador norte-coreano. Marcelo Freixo e Luciana Genro criticam
Política|Do R7
A Câmara do Rio de Janeiro fez uma moção em homenagem à Coreia do Norte e ao seu líder, Kim Jong-un. O registro simbólico foi feito a pedido do vereador Leonel Brizola (PSOL), neto do ex-governador do Rio Leonel Brizola, para encontro com autoridades do país asiático.
O fato, porém, provocou diversas reações de políticos do Partido Socialismo e Liberdade nesta quinta-feira (12) após o tema ser alvo de reportagem do jornal “O Globo”. Entre as críticas estão o fato de Kim Jong-un ser considerado um ditador e por ser acusado de violações aos direitos humanos.
O “moção de louvor e reconhecimento”, como é chamado o documento, homenageou a República Popular Democrática da Coreia. “Por todo esforço de seu povo e de seu Máximo Dirigente, Excelentíssimo Senhor Kim Jong-un, na luta pela reunificação da Coreia e a necessária busca da paz mundial”, diz o texto.
Moções fazem parte do dia a dia do Legislativo e muitas vezes são emitidas quando da realização de eventos ou encontros oficiais. Nesse caso, o registro oficial da Câmara foi entregue ao embaixador do país em Brasília, Kim Chol-hok, pelo verador Leonel Brizola. O ato foi organizado pelo Centro de Estudos da Política Songun do Brasil, que realiza seminários relacionados ao regime norte-coreano.
Uma das críticas veio do deputado federal Marcelo Freixo, que disse respeitar o trabalho de Leonel Brizola, mas que discorda da manifestação. “Me oponho a todas as ditaduras porque a democracia é para mim um princípio inegociável.”
A deputada estadual pelo Rio Grande do Sul Luciana Genro, ex-candidata à Presidência, tuitou que “só uma esquerda fora da realidade apoia esse regime”.
Conversas de paz
O vereador Leonel Brizola afirma que a moção foi motivada pelas conversas de paz estabelecidas na península ao longo do ano de 2019. Conhecido por seus testes nucleares, Kim Jong-un se encontrou três vezes neste ano com o presidente da Coreia do Sul para tentar colocar fim a um conflito que dura mais de 50 anos.
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“A unificação e desnuclearização da região é de interesse global. Não faz bem para o mundo isolar e descriminar a RPDC, pelo contrário, com base na autodeterminação dos povos, é vital que tenhamos boas relações com Pyongyang e que possamos usar o histórico de paz e concórdia que o Brasil acumulou através dos tempos para contribuir nesse processo de pacificação”, disse.
Em nota, o vereador afirmou que a postura da Câmara é importante em momento em que o Itamaraty se encontra “acéfalo”. O legislador criticou ainda a matéria do jornal “O Globo”, a qual chamou de “deturpada”, e disse fazer parte de uma "tradição trabalhista e brizolista que preza pela defesa intransigente dos direitos humanos.”