Acidente aéreo em Vinhedo: o que se sabe sobre queda de avião que matou 62
Brasil está de luto oficial por três dias após acidente, que é o quinto maior da história da aviação comercial no país
São Paulo|Jéssica Gotlib, do R7, em Brasília
A tarde desta sexta-feira (9) foi marcada pela tragédia que vitimou 62 pessoas em Vinhedo, interior de São Paulo, após a queda do avião ATR-72 da Voepass Linhas aéreas. O acidente, que é o quinto maior da história da aviação comercial no país, fez com que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretasse luto oficial de três dias, assim como os governadores do Paraná, Ratinho Junior (PSD), e de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
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Entre as pessoas que estavam a bordo, 58 eram passageiros e quatro, tripulantes.
Anteriormente, o R7 publicou, com base em informações repassadas pela própria VOEPASS, que havia 61 pessoas a bordo. A própria empresa atualizou os dados na manhã de sábado (10).
Ainda não se sabe as causas da queda, mas as caixas-pretas já foram encaminhadas a Brasília para as investigações do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos).
Veja tudo o que se sabe até o momento sobre a tragédia.
Percurso foi seguido normalmente até por volta das 13h
A aeronave decolou de Cascavel (PR), às 11h50, e deveria pousar em Guarulhos (SP), às 13h45. Segundo informações da FAB, a partir das 13h21 a aeronave não respondeu às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo, bem como não declarou emergência ou reportou estar sob condições meteorológicas adversas. A perda do contato do radar ocorreu às 13h22.
Aeronave caiu no jardim de casa em condomínio
Às 13h28 foi reportada queda em um condomínio residencial no bairro Capela, em Vinhedo, a 464,4 km de São Paulo. A Defesa Civil informou que a aeronave explodiu ao cair no chão. Desde o primeiro momento, as autoridades informaram que ninguém a bordo sobreviveu. Apesar de a aeronave ter explodido na garagem de uma casa, nenhuma pessoa foi atingida em solo. Vídeos registraram o momento que o avião caiu.
Quem são as vítimas
De acordo com a Voepass, a tripulação tinha todas as certificações necessárias para o voo e era formada por pessoas experientes. A equipe era formada por: Danilo Santos Romano, comandante; e Humberto de Campos Alencar e Silva, co-piloto; Debora Soper Avila, comissária; Rubia Silva de Lima; comissária.
Entre os passageiros, estavam pai e filha: Liz Ibba Santos, de três anos e Rafael Fernando dos Santos, que viajavam para celebrar o Dia dos Pais; as médicas residentes de oncologia clínica Arianne Albuquerque Estevan Risso e Mariana Comiran Belim; o árbitro de judô Edilson Hobold, de 52 anos, também estão entre as vítimas. A lista completa foi disponibilizada por volta das 18h de sexta-feira.
Tempo apresentava instabilidade no momento do acidente
Especialistas acreditam que o mau tempo pode ter contribuído para o acúmulo de gelo nas asas. Pilotos que sobrevoaram São Paulo na sexta (9) confirmaram uma condição atmosférica fora do normal. O ATR-72 é um avião de médio porte com boa reputação de segurança. Por características de projeto, voa a uma altitude inferior à operada pelos grandes jatos, justamente onde ocorre uma maior formação de gelo na atmosfera.
Avião teria passado por manutenção na noite anterior ao acidente
Em coletiva de imprensa na noite de sexta, responsáveis pela Voepass informaram que o ATR-72 passou por manutenção na noite anterior ao acidente. Segundo a empresa, tudo estava dentro do padrão técnico observado pela companhia. Ainda de acordo com os representantes da Voepass, o avião estava em rota normal até a queda. Os empresários lembraram que ainda precisam ser analisadas informações para que as causas sejam compreendidas.
Órgãos de fiscalização prometem celeridade na entrega de relatório
Os dois gravadores do avião que caiu em Vinhedo, interior de São Paulo, nesta sexta-feira (9), já foram recuperados pelas equipes do Seripa (Serviços Regionais de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos). As duas caixas-pretas foram encaminhas para Brasília para análise e investigação. A informação foi confirmada durante coletiva de imprensa.
Segundo o órgão, não se sabe quando elas chegarão a capital federal. “Tudo depende do grau de destruição dos gravadores. Não consigo dizer agora em quanto tempo isso vai acontecer”, diz chefe do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), Brigadeiro do Ar Marcelo Moreno. Durante a coletiva, as autoridades prometeram celeridade na entrega do relatório do caso, mas não há prazo estabelecido para a conclusão das investigações.