Elon Musk ri de funcionário demitido do Twitter e diz que ele usa deficiência para não trabalhar
Bilionário discutiu com Haraldur Thorleifsson e exigiu que ele provasse que trabalhava de verdade na empresa
Tecnologia e Ciência|Filipe Siqueira, do R7
As coisas andam bastante caóticas no Twitter e dão sinais que ficarão ainda mais instáveis. Na segunda-feira (7), Elon Musk, o dono da rede social, acusou um funcionário de usar uma deficiência para não fazer "nenhum trabalho real".
Para piorar, toda a discussão entre os dois ocorreu publicamente, na timeline da rede social, na qual Musk é seguido por mais de 130 milhões de pessoas.
O islandês Haraldur Thorleifsson é fundador da Ueno, uma agência digital comprada pelo Twitter em 2021. Após a compra, Haraldur se tornou diretor da rede social e questionou publicamente se tinha perdido o emprego na mais recente onda de demissões da empresa, nove dias após o acesso ao computador corporativo dele ter sido cortado.
Em um tuíte direcionado ao próprio Musk, ele disse: "Seu chefe de RH não pode confirmar se sou funcionário ou não. Você não respondeu a meus emails. Talvez, se um número suficiente de pessoas retuitar, você me responda aqui".
Aí a discussão começou — no mesmo dia em que a rede social enfrentava uma de suas mais graves panes.
Musk perguntou que tipo de trabalho Haraldur estava fazendo. O diretor afirmou que não poderia discutir o trabalho, por cláusulas de confidencialidade, o que fez Musk liberá-lo da obrigação.
Após Haraldur descrever uma série de projetos de design (a área dele na empresa), Musk respondeu com dois emojis risonhos. O islandês disse que não poderia dar mais detalhes, já que o acesso ao computador corporativo tinha sido suspenso, mas informou que no meio da discussão recebeu uma mensagem do RH da empresa, que confirmou formalmente a demissão dele.
Piadas continuaram
O deboche de Musk com o ex-funcionário continuou. "A realidade é que esse cara (que é rico de forma independente) não trabalhou de verdade, alegou como desculpa que tinha uma deficiência que o impedia de digitar, mas estava tuitando simultaneamente como uma tempestade", escreveu ele, em resposta a um post sobre o caso.
E ainda acrescentou: "Mas ele foi demitido? Não, você não pode ser demitido se não estiver trabalhando, em primeiro lugar!".
Em uma mensagem publicada em um site pessoal, Thorleifsson lembrou que é portador de atrofia muscular espinhal e que está lentamente perdendo a força na parte superior do corpo.
Ele também publicou uma imagem (acima) para saudar "os novos amigos", pessoas que passaram a segui-lo após a treta, e informou que estava bem com a demissão, mas agora tentará descobrir se a rede social pagará a ele o previso em contrato.
Calote milionário
Em outra decisão extremamente contestável, Musk parou de pagar o serviço de armazenamento e computação na nuvem AWS, da Amazon. Segundo o site The Information, a rede social não paga a conta com a Amazon há meses, e a dívida já chega a 70 milhões de dólares (R$ 363 milhões, no câmbio atual).
O contrato é considerado crítico para a plataforma, que depende dos serviços da AWS para funcionar. O Information revela que em 2020 o Twitter assinou um acordo de cinco anos com a AWS, no valor de 510 milhões de dólares.
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O atraso nas dívidas fez a Amazon parar de pagar os anúncios que veicula no site, além de ter se recusado a renegociar contratos ou mesmo permitir atrasos futuros.
Os calotes parecem fazer parte de uma estratégia de Elon Musk para tentar negociar pagamentos com credores. Anteriormente, a empresa parou de pagar o aluguel de prédios e ainda promoveu leilões de itens de escritório.
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