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Tecnologia e Ciência

Threads, rede social da Meta e rival do Twitter, supera 10 milhões de usuários no lançamento

Empresa dona do Facebook aproveita a má gestão de Elon Musk para lançar produto rival

Tecnologia e Ciência|Do R7

Threads tem explosão de usuários em sua estreia
Threads tem explosão de usuários em sua estreia

Dez milhões de pessoas se registraram na Threads, a nova rede social da Meta para rivalizar com o Twitter, apenas sete horas após o lançamento, anunciou nesta quinta-feira (6) o CEO da empresa matriz do Facebook, Mark Zuckerberg.

A Threads, que entrou em operação na quarta-feira (5) às 20h (horário de Brasília) em cem países e que funciona no momento sem anúncios publicitários, é a maior ameaça até o momento ao Twitter, que pertence a Elon Musk, que enfrenta problemas por diversos motivos.

"Vamos lá. Bem-vindos à Threads", escreveu Zuckerberg, em sua conta na nova plataforma. Pouco depois, ele anunciou que "10 milhões de pessoas se inscreveram em sete horas".

O CEO da Meta respondeu às dúvidas de várias pessoas nas primeiras horas de funcionamento da plataforma, que teve o lançamento antecipado de quinta-feira (6) para quarta.


"Uma coisa importante é o número de lutadores campeões mundiais de MMA (sigla em inglês para artes marciais mistas) na Threads", escreveu o lutador americano Jon Jones.

Em sua primeira mensagem no Twitter em mais de uma década, Zuckerberg postou o meme do Homem-Aranha que aponta outro Homem-Aranha, em uma aparente referência às semelhanças entre as duas redes sociais.


Na Threads, ele escreveu: "Vai levar algum tempo, mas acho que deveria haver um aplicativo de conversas públicas com mais de 1 bilhão de pessoas. O Twitter teve a oportunidade de fazer isso, mas não conseguiu. Espero que nós consigamos".

Na App Store, a plataforma aparece descrita como "o aplicativo de rede social baseado em texto do Instagram", uma apresentação que, adicionada às imagens, parece semelhante à do Twitter. 


"Esperamos que [a Threads] possa ser uma plataforma aberta e acolhedora para o debate", escreveu o CEO do Instagram, Adam Mosseri. "Se isso é o que você também quer, o melhor é ser amável".

"Threads é onde as comunidades se juntam para discutir tudo, desde os temas que nos preocupam hoje aos que serão tendência amanhã", diz a descrição do aplicativo.

O lançamento da Threads acontece apenas quatro meses depois que vazaram os primeiros rumores sobre o projeto.

"Estamos pensando em uma rede social independente e descentralizada para compartilhar mensagens de texto em tempo real", afirmou o grupo em um comunicado enviado à AFP na terça-feira.

A Meta não fez uma comunicação formal sobre o lançamento da plataforma, que acontece poucos dias depois de uma nova polêmica relacionada ao Twitter.

No sábado (1º), o principal acionista da rede do pássaro azul, Elon Musk, anunciou a imposição de um limite na quantidade de visualizações acessíveis aos usuários, o que não caiu nada bem entre tuiteiros, desenvolvedores e anunciantes.

A decisão faz parte de uma série de mudanças que o magnata tem implementado na plataforma e que foram mal recebidas, como as novas regras para perfis verificados mediante assinatura e a demissão de quase todo o pessoal dedicado à moderação de conteúdo.

Além disso, na segunda-feira, o Twitter anunciou que a extensão TweetDeck, bastante popular entre usuários mais assíduos e empresas, apenas seria acessível através do plano de assinatura.

Por ora, a Meta optou por não oferecer a Threads aos residentes da União Europeia, até que se esclareçam as implicações para a empresa e seus produtos com base no novo Regulamento de Mercados Digitais (DMA, na sigla em inglês), que entrou em vigor no início de maio, segundo uma fonte familiarizada com o tema.

O DMA busca impor regras específicas para as empresas essenciais de internet, sobretudo a Meta, para evitar práticas anticompetitivas. 

Não obstante, o grupo de Menlo Park (Califórnia) pretende, no longo prazo, lançar a Threads na União Europeia, em uma data ainda a ser definida, indicou uma fonte próxima do tema. 

A Meta não esconde sua estratégia para que seu aplicativo recém-lançado cresça rapidamente, pois, desde o primeiro momento, decidiu apresentá-la como um braço do Instagram, que é "o produto mais bem-sucedido da família Meta", afirma Pinar Yildirim, professora de marketing da Wharton School da Universidade da Pensilvânia.

"Não podiam associar este novo produto com o Facebook, porque esse nome já não agrada a ninguém."

Com mais de 2 bilhões de usuários ativos, o Instagram oferece à Threads uma plataforma de decolagem com a qual sonhariam os competidores menores do Twitter, como Mastodon e Bluesky, ou as redes preferidas dos ultraconservadores como Truth Social, Speak, Gettr e Gab.

Assim, a Threads permite aos usuários do Instagram se autenticarem diretamente se já possuem um perfil para publicar conteúdo na nova plataforma.

"A equação é simples: se um usuário do Instagram com uma quantidade significativa de seguidores, como [Kim] Kardashian, [Justin] Bieber ou [Lionel] Messi, começar a publicar na Threads com regularidade, a nova plataforma pode crescer rapidamente, e acredito que os orçamentos publicitários vão seguir pelo mesmo caminho no curto prazo", escreveu o analista Brian Wieser da Substack.

Algumas celebridades já pareciam contar com perfis na Threads na hora do lançamento, entre elas a cantora Shakira, a modelo Karlie Kloss e o ator Jack Black.

Essa tendência pode ser ainda mais preocupante para o Twitter, pois a companhia baseada em San Francisco viu suas receitas com publicidade evaporarem desde a chegada de Elon Musk.

Em relação aos dados pessoais dos usuários coletados pela Threads, a descrição mostra que vão ser coletados, entre outros, os contatos e a geolocalização, que serão utilizados com fins publicitários.

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