Logo R7.com
Logo do PlayPlus
R7 Brasília

Mudanças em texto esvaziam proposta da PF de criar diretoria para cuidar da segurança de Lula

Decreto em discussão no Executivo foi alterado após impasse sobre o tema; nova redação diminui as atribuições que ficariam com a PF

Brasília|Augusto Fernandes, da Record TV, em Brasília


Justiça queria PF atuando na segurança do presidente
Justiça queria PF atuando na segurança do presidente

O governo federal decidiu alterar a redação de um decreto sugerido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública que propunha a criação de uma diretoria na Polícia Federal para ficar responsável pela segurança do presidente da República e de seus familiares. Foi retirada do texto uma série de atribuições que ficariam a cargo da corporação. 

Como mostrou o R7 em setembro, o Ministério da Justiça e Segurança Pública trabalhava na elaboração de um decreto para incluir a segurança presidencial e de dignitários entre as competências da pasta e da Polícia Federal.

A ideia do ministério era criar, no âmbito da PF, uma Diretoria de Segurança Presidencial e Proteção à Pessoa, com atribuições relacionadas à segurança do presidente da República, do vice-presidente da República e dos familiares de ambos.

Leia mais: PF descobre que ex-membro da segurança de Lula estava em grupo de Cid com teor golpista


A proposta foi encaminhada para a análise do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), que não concordou com a criação da diretoria da forma como sugeriu o Ministério da Justiça e Segurança Pública e recomendou mudanças no decreto em discussão, de acordo com a apuração da reportagem. As alterações sugeridas pela pasta ainda serão analisadas pela ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck. Depois, o texto ainda deve passar pela Casa Civil antes de chegar ao gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Um dos motivos para o MGI não apoiar a proposta foi o fato de o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) já contar com uma secretaria para cuidar exclusivamente da segurança do presidente, chamada Secretaria de Segurança Presidencial.


Saiba mais: Janja rejeita GSI, e segurança pessoal da primeira-dama será feita pela Polícia Federal

A Record TV teve acesso a um documento com as modificações feitas pelo MGI na redação do decreto. Uma das alterações foi no nome da diretoria a ser criada. Segundo a proposta da pasta, o novo órgão da PF deve se chamar apenas Diretoria de Proteção à Pessoa.


Compartilhe esta notícia no WhatsApp

Compartilhe esta notícia no Telegram

A versão inicial do decreto definia que à Polícia Federal caberia exercer as atividades de segurança do presidente da República, do vice-presidente e de seus familiares, em articulação com o GSI. Contudo, no documento obtido pela reportagem, o MGI mudou esse trecho para estabelecer que a PF só vai desempenhar essas atividades quando demandada.

Corte nas tarefas

O trecho do decreto com mais alterações do MGI foi o que detalhava quais tarefas ficariam a cargo da até então Diretoria de Segurança Presidencial e Proteção à Pessoa. Entre outros pontos, a proposta original do Ministério da Justiça e Segurança Pública dizia que os locais e as adjacências onde o presidente e o vice trabalhem, residam, estejam ou em que haja a iminência de virem a estar seriam considerados áreas de segurança das referidas autoridades, e caberia à diretoria adotar as medidas necessárias para sua proteção, quando demandado.

Saiba mais: ‘Defendemos a atuação da PF’, diz Dino sobre órgão responsável pela segurança de Lula

Ainda segundo a primeira versão do decreto, a diretoria seria responsável pela organização dos eventos e das viagens do presidente e do vice no país e no exterior, quando demandada. Além disso, a nova estrutura da PF teria de articular as ações para a segurança presidencial com órgãos como o GSI, o Ministério da Defesa, os comandos das Forças Armadas e os órgãos de segurança pública dos estados e do Distrito Federal.

O decreto inicial dizia, ainda, que a PF poderia fazer três tipos de segurança do presidente, do vice e dos familiares: a imediata (que atua mais próxima ao presidente); a aproximada; e, mais distante, a de segurança afastada.

Conforme apuração da Record TV, o MGI retirou todos esses trechos da redação. A pasta manteve apenas alguns dos pontos da proposta original, como o de que a diretoria terá de dirigir, planejar, coordenar, controlar, executar e avaliar as atividades de segurança pessoal dos titulares dos órgãos da Presidência da República e, excepcionalmente, de outras autoridades federais, quando isso for determinado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública.

Leia mais: Lula se reúne com Dino e ministro do GSI para decidir sobre segurança

No documento obtido pela reportagem, o MGI diz que, apesar das alterações no texto do decreto, ainda permanecem pontos em possível conflito de competências com o GSI, bem como riscos de sobreposições de esforços e recursos envolvidos na execução das referidas competências.

A Record TV pediu um posicionamento sobre o assunto ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e à Polícia Federal, que optaram por não comentar o tema. O MGI também foi contatado, mas não enviou uma resposta até a publicação desta reportagem. O espaço continua aberto para a manifestação.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.