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Parlamento da Crimeia aprova por unanimidade a união com a Rússia

O presidente local anunciou a dissolução das unidades militares ucranianas na península

Internacional|Do R7

População na Crimeia comemora os resultados do referendo
População na Crimeia comemora os resultados do referendo

O Parlamento da Crimeia proclamou nesta segunda-feira (17) a independência da península da Ucrânia e a nacionalização de todos os bens do Estado ucraniano em seu território, e pediu a união à Federação Russa.

Os 85 deputados aprovaram por unanimidade as medidas, após a vitória esmagadora (96,6%) dos partidários da adesão à Rússia em um referendo no domingo.

"A república da Crimeia pede às Nações Unidas e a todos os países do mundo seu reconhecimento como Estado independente", afirma o texto aprovado pelo Parlamento em Simferopol.

"A Crimeia pede à Rússia que a aceite como um de seus membros", completa.


Presidente do Parlamento da Crimeia anuncia dissolução de unidades militares ucranianas

"Voltamos para casa!", diz premiê da Crimeia


Resultado final mostra que 96% dos eleitores defendem anexação da Crimeia à Rússia

O primeiro-ministro da Crimeia, Serguei Axionov, afirmou que a península fará parte da Rússia a partir de 30 de março, apesar de ter anunciado previamente que o período de transição levaria pelo menos um ano.


Uma delegação do Parlamento da Crimeia viajará nesta segunda-feira a Moscou, onde o Parlamento russo pretende votar nesta segunda-feira a integração da Crimeia à Federação Russa.

A nacionalização de todos os bens do Estado ucraniano na Crimeia pode incluir as bases militares cercadas desde o fim de fevereiro por civis pró-Moscou e soldados enviados pela Rússia.

No momento, o presidente do Parlamento da Crimeia, Volodimir Konstantinov, anunciou a dissolução de todas as unidades militares ucranianas com base na península.

"Aqueles (militares) que desejam viver aqui poderão fazê-lo. Examinaremos a questão entre aqueles que prestem juramento às novas autoridades", disse.

As autoridades de Simferopol indicaram antes do referendo que os soldados que desejarem permanecer leais a Kiev terão que abandonar a península. Os nascidos na Crimeia, depois de prestar juramento às novas autoridades, poderão continuar na região e incorporar-se ao Exército russo.

Axionov escreveu no Twitter que pelo menos 500 soldados ucranianos teriam abandonado as bases na cidade portuária de Sebastopol, onde a Rússia mantém a base de sua frota do Mar Negro.

Para aumentar a tensão, o Parlamento ucraniano aprovou nesta segunda-feira a mobilização parcial das tropas para enfrentar a "ingerência da Rússia nos assuntos internos da Ucrânia".

No total, 275 deputados aprovaram a mobilização solicitada pelo presidente interino Olexander Turchinov em consequência do "agravamento da situação política no país (...) e da ingerência da Rússia nos assuntos internos da Ucrânia".

Os deputados ucranianos também aprovaram a utilização de 6,9 bilhões de grivnas adicionais (530 milhões de euros) para garantir a capacidade de combate das Forças Armadas.

Trinta e três deputados não participaram na votação e nenhum votou contra a medida.

O referendo de domingo teve o apoio de 96,6% dos eleitores da península a esta adesão, em uma votação condenada pelos países ocidentais, que preparam novas sanções contra Moscou.

"Resultados definitivos do referendo — 96,6% a favor!", escreveu o primeiro-ministro da Crimeia no Twitter.

O presidente interino da Ucrânia chamou o referendo de "grande farsa" decidida no Kremlin.

"A Rússia busca cobrir sua agressão na Crimeia com uma grande farsa chamada referendo, que jamais será reconhecida pela Ucrânia ou pelo mundo civilizado", declarou Turchinov aos deputados.

Um deputado do partido da ex-primeira-ministra Yulia Timoshenko ironizou "os resultados sensacionais" na Crimeia.

"Esperávamos 101%, levando em consideração a organização do referendo", declarou Mikola Tomenko durante a sessão parlamentar.

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