Alcolumbre menciona distância entre Lira e Pacheco: Câmara tirou ‘autoridade do Senado’
Novo presidente do Senado, contudo, destacou que não estava criticando nenhum dos colegas
Eleições no Congresso|Rute Moraes e Lis Cappi, do R7, em Brasília

Recém-eleito como presidente do Senado e do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União-AP) defendeu, neste sábado (1°) a autonomia e autoridade do Senado enquanto Casa Revisora. Em geral, o senador amapaense indicou que a Câmara dos Deputados tomou o protagonismo, tirando a autoridade do Senado.
Alcolumbre, que retornou ao comando da Casa pela segunda vez, mencionou ainda um “distanciamento” entre o ex-presidente da Casa Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e o atual presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
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“Não é e nunca será correta uma decisão unilateral de um Poder, que é bicameral, acabar tirando a autonomia e a autoridade do Senado e, concretamente, no último período, esse distanciamento que todo mundo sabe que há entre o presidente Rodrigo e o presidente Arthur, de certo modo, enfraqueceu o Legislativo”, disse Alcolumbre.
O novo presidente do Senado, contudo, ressaltou que não estava criticando Lira e nem Pacheco, seu aliado político. “Estou fazendo uma constatação que todos nós sabemos”, continuou.
Conforme Alcolumbre, a “falta de comunicação” entre Lira e Pacheco também “não tem culpado”, mas que isso “dividiu” o Congresso em muitas agendas que poderiam ser propositivas para o Brasil.
“Ao cúmulo de chegarmos a um instrumento constitucional, que todos os outros presidentes da República adotaram, da gente não ter condição de formar comissão mista de Medida Provisória”, destacou.
Para ele, isso atrapalhou os trabalhos, pois “forçou” o Palácio do Planalto a tratar primeiramente com a Câmara, pedindo para enviar um projeto de lei em regime de urgência.
“Trancava a tramitação e acabava que, de novo, muitas vezes, o Senado era chamado não para ser ouvido ou opinar em determinada agenda”, declarou. Conforme Alcolumbre, o Senado era chamado aos “45 segundo tempo” para votar as matérias relevantes diretamente em plenário.
A tramitação das MPs durante a gestão de Lira e Pacheco foi um dos embates entre os dois. Lira defendia a manutenção do rito adotado durante a pandemia de Covid-19, enquanto o senador mineiro, retomou o funcionamento em vigor anteriormente.