De Tarcísio a Mourão: defesa de Bolsonaro elenca 13 testemunhas ao STF
Grupo só será intimado caso a Primeira Turma do STF aceite a denúncia contra o ex-presidente
Brasília|Rute Moraes, do R7, em Brasília
Ao protocolar a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao STF (Supremo Tribunal Federal), os advogados do ex-mandatário elencaram um rol de 13 testemunhas caso a Primeira Turma do STF aceite a denúncia, apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) por suposta tentativa de golpe.
“Na remota hipótese desse Col. Supremo Tribunal Federal entender pelo recebimento da denúncia, o que se admite por dever de ofício, o Peticionário provará sua inocência por meio da oitiva das testemunhas de defesa abaixo arroladas, em caráter de imprescindibilidade, na forma da lei, requerendo-se, desde já, sejam pessoalmente intimadas”, alegaram os advogados.
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Nomes como do governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ex-ministro do governo Bolsonaro, e do senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice-presidente de Bolsonaro, fazem parte da lista. (Confira abaixo os nomes de todos).
Terminou hoje o prazo para Bolsonaro apresentar a defesa ao STF. No documento, que tem quase 130 páginas, os advogados alegaram que o ex-presidente não assinou nenhum decreto e não ordenou qualquer ação violenta para restringir ou impedir o exercício de um poder.
Além disso, que ele não tentou depor o governo constituído de Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo a PGR, Bolsonaro seria o líder de uma organização criminosa acusada de tentar impedir a posse de Lula para manter o ex-presidente no poder.
O ex-presidente disse ainda que nunca praticou e nem determinou que fosse praticada qualquer violência. E jamais tentou impedir ou restringir o exercício dos demais Poderes.
No documento, a defesa também pediu que a denúncia seja apreciada pelo plenário físico do STF, não pela Primeira Turma, como deve acontecer. O relator do caso é o ministro Alexandre de Moraes.
Confira a lista de testemunhas elencada pela defesa de Bolsonaro:
- Amaury Feres Saad;
- Coronel Wagner Oliveira da Silva;
- Renato de Lima França;
- General Eduardo Pazuello;
- Senador Rogério Marinho
- Senador general Hamilton Mourão;
- Senador Ciro Nogueira;
- Governador Tarcísio Gomes de Freitas;
- Ex-ministro Gilson Machado;
- General Marco Antônio Freire Gomes;
- Brigadeiro Carlos de Almeida Batista Júnior
- General Júlio César de Arruda;
- Jonathas Assunção Salvador Nery de Castro;
Próximos passos
Com o recebimento das respostas, Moraes pode marcar o julgamento para analisar a denúncia na Primeira Turma do STF. O relator deu 15 dias para os denunciados apresentarem defesa.
Caso a denúncia seja aceita pelo STF, os denunciados se tornam réus e passam a responder penalmente pelas ações na Corte. Então, os processos seguem para a fase de instrução, composta por diversos procedimentos para investigar tudo o que aconteceu e a participação de cada um dos envolvidos no caso. Depoimentos, dados e interrogatórios serão coletados neste momento.
Depois, o ministro responsável pelo caso produz um relatório. Na sequência, a Primeira Turma julga se condena os denunciados pela PGR.
Ao todo, 34 pessoas foram denunciadas por, supostamente, estimular e realizar atos contra os Três Poderes e contra o Estado Democrático de Direito.
Segundo a PGR, as peças acusatórias baseiam-se em manuscritos, arquivos digitais, planilhas e trocas de mensagens que revelam o “esquema de ruptura da ordem democrática”. Os documentos do órgão descrevem “a trama conspiratória armada e executada contra as instituições democráticas”.