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Diretor da Caixa é encontrado morto na sede do banco, em Brasília

Sérgio Ricardo Faustino Batista foi encontrado já sem vida na área externa do edifício-sede; Polícia Civil do DF investiga o caso

Brasília|Carlos Eduardo Bafutto, do R7, em Brasília

Sede da Caixa Econômica Federal, em Brasília (DF)
Sede da Caixa Econômica Federal, em Brasília (DF)

O diretor de Controles Internos e Integridade da Caixa, Sérgio Ricardo Faustino Batista, foi encontrado morto na noite dessa terça-feira (19) na sede do banco, em Brasília. A Polícia Civil do Distrito Federal apura a causa da morte. De acordo com a corporação, o diretor foi encontrado já sem vida na parte externa do edifício-sede do banco.

Em nota, o banco lamentou a morte do diretor e disse colaborar com as investigações. "A Caixa manifesta profundo pesar pelo falecimento do empregado Sérgio Ricardo Faustino Batista. Nossos sinceros sentimentos aos amigos e familiares, aos quais estamos prestando total apoio e acolhimento. O banco contribui com as apurações para confirmar as causas do ocorrido", diz o texto.

Empregado do banco desde 1989

Natural de Teresina (PI), Sérgio Ricardo era empregado de carreira da Caixa desde 1989. Atuou por mais de vinte anos na área de Controles Internos e Risco. Graduado em Economia pela Universidade Católica de Brasília, ele tinha MBA Executivo em Finanças, pós-graduação em Estatística Aplicada e Mestrado em Economia. Em março deste ano, Sérgio tomou posse como Diretor Executivo do banco.

Mudanças nas diretorias da Caixa

A diretoria que era comandada por Sérgio Ricardo faz parte da estrutura da Corregedoria da instituição, que antes era vinculada à presidência e, após a posse da nova presidente da Caixa, Daniella Marques, passou a ser ligada ao Conselho de Administração. A mudança veio na esteira das denúncias de assédio envolvendo o ex-presidente do banco, Pedro Guimarães.


Segundo o banco, as alterações foram feitas para "reforçar a autonomia e isonomia da atuação da Corregedoria" e proporcionar "melhor comunicação interna, otimização, eficiência e fluidez na gestão de pessoas e processos".

Corregedoria investigava denúncias de assédio

Em junho, diante da renúncia do então presidente do banco Pedro Guimarães por suspeita de assédio, a Caixa confirmou que já havia recebido denúncias e informou que estava investigando o caso desde maio deste ano. Em comunicado divulgado para a imprensa na época, o banco destacou que o tema vinha sendo tratado pela Corregedoria de forma interna e em sigilo.


“A Caixa repudia qualquer tipo de assédio e informa que recebeu, por meio do seu canal de denúncias, relatos de casos desta natureza na instituição. A investigação corre em sigilo, no âmbito da Corregedoria, motivo pelo qual não era de conhecimento das outras áreas do banco”, divulgou.

O banco ainda afirmou na nota que fez contato com a pessoa que realizou a denúncia e promoveu "diligências internas que redundaram em material preliminar". Esse material está em processo de avaliação. "Portanto, a Corregedoria admitiu a denúncia e deu notícia ao/à denunciante, se colocando à inteira disposição para colher o seu depoimento, mantendo seu anonimato."


Investigação do Ministério Público Federal

Pedro Guimarães é alvo de uma investigação do Ministério Público Federal (MPF). Denúncias de que ele assediava sexualmente mulheres no banco foram reveladas pela imprensa. De acordo com a apuração, os casos teriam ocorrido com empregadas do próprio banco que se sentiram abusadas pelo economista em diferentes ocasiões, em eventos ou viagens de trabalho.

O Ministério Público do Trabalho (MPT) também abriu uma investigação preliminar para apurar as denúncias e o Tribunal de Contas da União (TCU) solicitou informações à Caixa sobre quais mecanismos e procedimentos foram adotados para prevenir assédio sexual e moral.

Em 5 de julho, Pedro Guimarães publicou artigo em que nega as acusações e se queixa de sofrer um “massacre insano”. O caso segue sob apuração do Ministério Público do Trabalho.

Colaborou Sarah Teófilo

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