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Empresa alvo da Polícia Federal tem 15 contratos em execução com a Codevasf

Total negociado chega a R$ 98,7 mi, dos quais R$ 9,8 mi faturados; no Maranhão, onde houve a operação, foram firmados nove contratos

Brasília|Sarah Teófilo, do R7, em Brasília

Fachada da Codevasf/8ª Superintendência Regional em São Luís, no Maranhão
Fachada da Codevasf/8ª Superintendência Regional em São Luís, no Maranhão Fachada da Codevasf/8ª Superintendência Regional em São Luís, no Maranhão

Alvo da Polícia Federal em operação que apura fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro que envolve verbas federais da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), a empresa Construservice tem 15 contratos em execução junto à companhia, conforme dados publicados no site da empresa pública, ligada ao Ministério de Desevolvimento Regional.

A reportagem apurou que os 15 contratos somam R$ 98,7 milhões, dos quais R$ 9,8 milhões foram efetivamente faturados. A operação deflagrada pela PF que atingiu a empresa buscou desarticular uma associação criminosa que promovia as fraudes. Segundo a investigação, foi "constatada a existência de um engenhoso esquema de lavagem de dinheiro, perpetrado a partir do desvio do dinheiro público proveniente de procedimentos licitatórios fraudados".

A empresa em questão está ativa desde 2007, segundo a situação cadastral, e tem sede no município de Codó, de 123,4 mil habitantes, no Maranhão. A reportagem tentou contato com a empresa, mas ainda não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.

Eduardo José Barros Costa
Eduardo José Barros Costa Eduardo José Barros Costa

Outro alvo da operação é Eduardo José Barros Costa, conhecido como "Eduardo Imperador" ou "Eduardo DP", que foi preso na quarta-feira (20). Nesse dia, a polícia encontrou em um dos endereços dele R$ 1,3 milhão em dinheiro. Na agenda do presidente da Codevasf, Marcelo Moreira, consta um encontro no dia 16 de dezembro com Eduardo Costa, que aparece como representante da Construservice na reunião.

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Em nota, a defesa de Eduardo Costa afirmou que a prisão é ilegal e desnecessária e que tudo que está nos autos do inquérito "é fruto apenas do início da investigação e da visão unilateral da polícia e do Ministério Público sobre os fatos". Conforme os advogados, o cliente nunca foi notificado para falar ou apresentar documentos.

"A partir de agora, [Eduardo] colabora com a investigação – que corre em segredo de Justiça –, esperando ter a oportunidade de prestar os devidos esclarecimentos, com os quais demonstrará sua inocência. Inocência, aliás, que deve ser presumida por força de expressa disposição constitucional", ressaltou a defesa.

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A maior parte dos contratos em execução é no Tocantins, para pavimentação asfáltica. Dois são no Maranhão, com publicação em 2020 e 2021 e vigência até outubro deste ano. No sistema da Codevasf, a reportagem encontrou 40 contratos com a Construservice, sendo que ao menos 13 estão no período de vigência. Todos os contratos somam o valor, com aditivos, de R$ 142,4 milhões. Esse é o valor do contrato, mas não significa que o dinheiro foi empenhado ou pago à empresa.

Em nota publicada em seu site na semana passada, a Codevasf afirmou que "o processo associado à operação policial tem por objetivo investigar a contratação da empresa Construservice por prefeituras municipais do Maranhão, com o emprego de recursos federais provenientes de convênios" e que os "dois convênios que motivaram as ações de busca e apreensão não são de responsabilidade da Codevasf".

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"Assim, a ação policial foi empreendida não em face da companhia ou de qualquer de seus dirigentes ou empregados – ela foi destinada a apurar eventuais irregularidades em contratos de prefeituras com a empresa Construservice. Em qualquer caso, no contexto da execução de convênios, compete às prefeituras municipais realizar os procedimentos licitatórios e as contratações necessárias ao emprego adequado de recursos orçamentários", afirmou.

A estatal ainda disse que colabora com o trabalho das autoridades policiais e que, "por rigor no controle de procedimentos, a empresa submeterá à avaliação de sua auditoria interna todos os contratos firmados com a empresa Construservice".

Em nota à reportagem, a Codevasf disse que os contratos que ainda mantém com a Construservice "não têm qualquer relação com as notícias veiculadas nos últimos dias sobre a operação" da Polícia Federal. De todo modo, a estatal reconheceu que "a empresa apresenta baixa eficiência na execução de contratos, com liquidação correspondente a apenas 10% de todos os contratos firmados com a Codevasf".

"Por essa razão, há processo de aplicação de penalidade em andamento. A Codevasf conduz com rigor a execução de licitações e contratos. A Construservice tem sido formalmente demandada a cumprir cronogramas de execução e foi desclassificada de pregões realizados no Maranhão quando as circunstâncias exigiram", salientou.

De acordo com a Codevasf, os contratos com a Construservice foram formalizados após a realização de pregões eletrônicos, do tipo menor preço, abertos à livre participação de empresas de todo o país. A estatal respondeu também que a adoção de licitações da modalidade pregão eletrônico para a contratação de obras de pavimentação observa a legislação em vigor e promove eficiência, ampla concorrência e economia.

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