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Fundo previsto no relatório da reforma tributária quer recursos fora do teto de gastos

Proposta é alimentar fundo com recursos da União durante transição entre sistemas de impostos em estados e municípios

Brasília|Camila Costa, do R7, em Brasília

Reunião do grupo de trabalho da Câmara
Reunião do grupo de trabalho da Câmara

Um dos pontos listados no relatório do GT (grupo de trabalho) da Reforma Tributária e que servirá de diretriz para a formulação do substitutivo levado ao plenário é a criação do Fundo de Desenvolvimento Regional para compensar o fim da guerra fiscal. O texto apresentado pelo GT na terça-feira (6) recomenda que os recursos desse fundo não sejam limitados pelo teto de gastos previsto no projeto de novas regras fiscais.

A proposta do grupo de trabalho é alimentar o fundo com recursos da União para a compensação de perdas na arrecadação de estados e municípios durante a transição entre sistemas de impostos — ou seja, compensar o fim da guerra fiscal e ao mesmo tempo promover regiões menos desenvolvidas.

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Trecho do relatório traz a recomendação de que esses recursos não estejam na base de cálculo da regra do teto de gastos: “Sugere-se, ainda, que a entrega dos recursos do fundo seja obrigatória e excetuada das bases de cálculo consideradas nas regras fiscais”, diz o texto.

Leia também: Câmara aprova texto-base de novas regras fiscais


Gestores locais e estaduais terão acesso a esses recursos adicionais do Fundo de Desenvolvimento Regional durante a mudança do sistema de impostos. O objetivo é desafogar as contas públicas. O fundo também poderia ser usado para financiar projetos de desenvolvimento que são importantes para o crescimento social e econômico, segundo o relatório.

Questionado sobre o "limite" desse fundo e o tamanho da régua de aplicação desses recursos pela União, de até quanto poderia ser repassado, o relator da proposta, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), foi sucinto. "Teremos responsabilidade", disse, sem detalhar como ficará essa conta.


As discussões demonstraram ser necessária a criação de um fundo de desenvolvimento com o objetivo de reduzir desigualdades regionais e de estimular a manutenção de empreendimentos nas áreas menos desenvolvidas%2C que deixarão de contar com benefícios fiscais dos tributos extintos. Nesse contexto%2C a diretriz é de construção de um Fundo de Desenvolvimento Regional com financiamento e critérios de distribuição adequados.

(Trecho do relatório do GT)

Guerra fiscal

A criação do fundo também seria uma solução para as guerras fiscais promovidas por estados e municípios. A redução de impostos para atrair fábricas não se justificaria mais, porque o imposto será cobrado no destino do bem ou serviço. “O entendimento majoritário é o de que a guerra fiscal precisará ser substituída por outras políticas públicas, mais eficientes ao longo do tempo, que permitam o desenvolvimento equilibrado entre as diversas regiões brasileiras”, diz o relatório.

Para o GT da reforma, a guerra fiscal traz benefícios em curto prazo, com a atração de empreendimentos e o crescimento das economias locais, mas em longo prazo há perda de transparência e de controle sobre os incentivos fiscais concedidos, além de exaustão da capacidade arrecadatória dos fiscos.

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