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R7 Brasília

Lewandowski vai para Mossoró acompanhar buscas por fugitivos de presídio federal

Detentos escaparam da prisão de segurança máxima na madrugada de quarta (14); eles teriam feito uma família refém

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

Ministro será acompanhado por diretor da PF
Ministro será acompanhado por diretor da PF Tom Costa/MJSP - 15.02.2024

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, embarca neste domingo (18) para Mossoró (RN) para acompanhar os trabalhos de busca por Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça. O R7 confirmou que o ministro deve partir para o município às 7h, acompanhado do diretor-geral da Polícia Federal em exercício, Gustavo Souza. O secretário nacional de Políticas Penais, André Garcia, segue em Mossoró desde quarta (14). É a primeira vez que o sistema prisional federal registra uma fuga. 

O ministério informou que Lewandowski deve se reunir com os chefes das equipes que estão à frente das buscas. Os detentos escaparam da prisão de segurança máxima na madrugada da última quarta-feira (14). Fontes da RECORD informaram à reportagem que os fugitivos teriam feito uma família refém na noite de sexta-feira (16). Os criminosos teriam invadido uma casa, onde ficaram por cerca de quatro horas, pediram comida e roubaram um celular. Em seguida, teriam deixado o local.

Segundo relatos, Deibson e Rogério estavam sujos e vestindo parte do uniforme da penitenciária quando invadiram a casa, localizada a cerca de 15 km da prisão. Mais de 300 agentes estão envolvidos na busca pelos criminosos. Drones com sensores térmicos são usados nas buscas, mas os equipamentos têm confundido o calor das rochas da vegetação com a temperatura do corpo humano.

Também na sexta-feira (16), foram encontradas pegadas, calçados, roupas, lençóis e uma corda, além de uma camiseta do uniforme da penitenciária, em uma área de mata. Segundo as investigações, os fugitivos são ligados ao Comando Vermelho.


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A penitenciária de Mossoró tem, em média, quatro agentes de execução penal para cada preso. Os dados, que são do Painel Estatístico de Pessoal do governo federal e da Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais), foram coletados pelo R7. Segundo os números oficiais, o país tem 1.493 servidores do tipo ativos, dos quais 16,7% (249) estão lotados em Mossoró.

A prisão de segurança máxima tem, no total, 68 detentos — segundo menor número de presos de uma penitenciária federal, atrás apenas da unidade de Brasília (DF). Ou seja, o presídio tem quase quatro vezes mais servidores desse tipo do que detentos.


Entenda

Os dois presos fugiram pela luminária que ficava em uma parede lateral da cela. Depois de atravessar a abertura, os fugitivos escalaram o shaft — vão interno para passagem de tubulações e instalações elétricas — até o teto, onde quebraram uma grade metálica e chegaram ao telhado da prisão.

"Em vez de a luminária e o entorno estarem protegidos por laje de concreto, estava fechada por um simples trabalho comum de alvenaria. Outro problema diz respeito à técnica construtiva e ao projeto. Quando os fugitivos saíram pela luminária, entraram naquilo que se chama de shaft, onde se faz a manutenção do presídio, com máquinas, tubulações e fiação", explicou o ministro em entrevista na quinta (15).


Os fugitivos teriam conseguido alcançar, por meio do shaft, o teto do sistema prisional, onde também não havia nenhuma laje, grade ou sistema de proteção. "É uma questão de projeto. Quem fez deveria ter imaginado que a proteção deveria ter sido mais eficiente", avaliou o ministro.

Para Lewandowski, o fato de a ação dos criminosos ter ocorrido na madrugada da terça de Carnaval para a Quarta de Cinzas pode ter facilitado a operação, porque as "pessoas costumam estar mais relaxadas" nesse período.

Após ultrapassaram os obstáculos, os criminosos encontraram ferramentas utilizadas na reforma do presídio. Em seguida, Deibson e Rogério se depararam com um tapume de metal que protegia o local reformado e fizeram uma brecha na estrutura. Depois, com alicates usados na obra, cortaram as grades que os separavam do mundo exterior.

"É verdade que outro fator contribuiu para que esse evento ocorresse. Algumas câmeras não estavam funcionando adequadamente, assim como algumas lâmpadas que poderiam, eventualmente, detectar fugas. De quem é essa responsabilidade e por que ocorreu será objeto de investigação", completou o ministro. Além do inquérito conduzido pela Polícia Federal, foi aberta uma sindicância administrativa, para apurar eventual participação de servidores.

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