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Lula diz esperar 'eleição altamente democrática' na Venezuela e critica Bolsonaro

Pleito no país vizinho está marcado para 28 de julho; ainda há dúvidas sobre a participação de candidatos da oposição

Brasília|Plínio Aguiar, do R7 em Brasília

Lula recebeu nesta quarta o presidente da Espanha, Pedro Sánchez
Lula recebeu nesta quarta o presidente da Espanha, Pedro Sánchez Lula recebeu nesta quarta o presidente da Espanha, Pedro Sánchez (Ricardo Stuckert/PR - 06.03.2024)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quarta-feira (6), que espera que as eleições presidenciais da Venezuela deste ano, marcadas para 28 de julho, sejam "as eleições as mais democráticas possíveis". Ao falar sobre o processo eleitoral venezuelano, Lula criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pediu que os candidatos da Venezuela não se comportem como ele.

"Espero que as pessaoas que estão disputando as eleições não tenham o hábito do ex-presidente desse país de negar, durante todo o processo, o processo eleitoral, a lisura das urnas, a respeitabilidade, a Suprema Corte e, porque não dizer, até uma ofensa aos eleitores que não votaram nele", afirmou Lula.

"Aqui, no Brasil, até hoje um presidente que perdeu as eleições não aceita o resultado das eleições. Ele continua dizendo que foram fraudadas, que a eleição valeu para deputados e senadores dele, mas que não valeu para ele. Ele continua jogando dúvida sobre urna eletrônica", completou.

Questionado se acredita que as eleições na Venezuela serão justas, o presidente respondeu que "a gente não pode começar a jogar dúvida antes das eleições acontecerem". "Porque aí começa a ter discurso de prever, antecipadamente, que vai ter problema. Nós temos que garantir a presunção de inocência até que haja as eleições para que a gente possa julgar se ela foi democrática", disse.

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"Acho que a comunidade internacional certamente tem todo interesse em acompanhar para saber se vai ser a mais democrática eleição da Venezuela. E eu espero que seja. Acho que a Venezuela precisa disso, acho que o Maduro precisa disso e acho que a humanidade precisa disso", acrescentou.

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As declarações foram dadas durante coletiva de imprensa após reunião bilateral com o presidente de governo da Espanha, Pedro Sánchez, no Palácio do Planalto. Os líderes discutiram, entre outros temas, das guerras na Faixa de Gaza e na Ucrânia e da reforma da governança de instituições multilaterais, além do acordo entre o Mercosul e a União Europeia.

Mais cedo, antes de receber o presidente de governo da Espanha Lula afirmou que ficou "feliz" com a marcação da data das eleições na Venezuela. O país vizinho marcou o pleito, que tradicionalmente ocorre em dezembro, para 28 de julho.

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"Sabe que eu fiquei feliz que foi marcada a eleição da Venezuela", disse Lula. Questionado se é um pleito justo, respondeu: "O que disseram na reunião que tive na Guiana, na Celac, é que vão convidar olheiros do mundo inteiro. Se o candidato da oposição tiver o mesmo comportamento do nosso aqui, nada vale".

A data da eleição na Venezuela é o aniversário do falecido presidente Hugo Chávez, que morreu em 2013 e foi mentor do ditador Nicolás Maduro, que deve enfrentar o pleito novamente. Há dúvidas sobre quem será o candidato da oposição, uma vez que a Suprema Corte manteve a decisão que impede María Corina Machado de disputar cargo público - ela tinha ganhado as primárias no ano passado.

Outros candidatos também foram impedidos. O ex-governador Henrique Capriles, que concorreu duas vezes contra o chavismo, está inabilitado desde 2017, assim como Freddy Superlano, do partido Vontade Popular. Os demais líderes opositores Juan Guaidó, Leopoldo López e Antonio Ledezma deixaram o país.

Os aliados de Maduro ridicularizaram e afastaram a possibilidade de primárias durante todo o ano. Ainda assim, tanto o governo quanto seus adversários usaram a disputa como moeda de troca para extrair concessões um do outro como parte de um processo de negociação para acabar com a crise.

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