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R7 Brasília

Lula quer que discussões da cúpula do Brics causem impacto em outros fóruns internacionais

Presidente diz que durante o encontro vai priorizar debates sobre nova governança global e reforma das instituições multilaterais 

Brasília|Carlos Eduardo Bafutto, do R7, em Brasília

Lula quer que Brics tenha impacto em outros fóruns mundiais
Lula quer que Brics tenha impacto em outros fóruns mundiais

Em entrevista a um jornal britânico, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que espera que as discussões da 15ª cúpula do Brics tenham impacto em outros fóruns internacionais. O encontro dos líderes ou representantes do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul ocorre de terça (22) a quinta-feira (24) em Joanesburgo, na África do Sul. “Minha expectativa é que nossas discussões e decisões na África do Sul tenham impacto em outros fóruns internacionais como a Assembleia Geral da ONU, o G-20 e a COP28 nos Emirados Árabes Unidos. E que possamos provar que outro mundo, um mundo mais justo e globalmente equilibrado, é possível”, disse o presidente. 

Segundo o secretário de Ásia e Pacífico, embaixador Eduardo Saboia, três questões serão tratadas na cúpula. "A primeira é a expansão do bloco, algo que não é novo. A entrada da África do Sul, em 2011, foi a primeira ampliação. A segunda é a presença de muitos líderes africanos, e a África do Sul quer chamar atenção para questões relativas à África, não só em termos de desafios, mas também de oportunidades. A terceira é a discussão do uso de moedas locais para transações comerciais, uma eventual unidade de referência do Brics, e é possível que haja um resultado nessa área", afirmou.

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Lula disse ainda que o Brasil deve priorizar discussões sobre como enfrentar as desigualdades e o combate à fome. O presidente citou também o enfrentamento das mudanças climáticas e o debate acerca de "uma nova governança global e a reforma das instituições multilaterais, bem como debates sobre a expansão do próprio Brics", enumerou Lula.

“E tem outro tema que mexe muito comigo dentro da volta do Brasil ao cenário internacional — que é a relação dos países do Brics com os países africanos. Durante meus dois mandatos anteriores, trabalhei muito para fortalecer as relações entre o Brasil e os países africanos, bem como o comércio e as trocas no Atlântico Sul. Estou feliz que aqui, nesta cúpula na África do Sul, vamos discutir como os países do Brics podem avançar, ao lado dos países africanos, para proporcionar um desenvolvimento mais forte e inclusivo na África”, acrescentou. 


A 15ª Cúpula do Brics será a primeira a ser realizada de forma presencial desde o início da pandemia de Covid-19. Dos chefes de governo dos países do bloco, vão estar presentes Lula, Cyril Ramaphosa (África do Sul), Xi Jinping (China) e Narendra Modi (Índia). O presidente russo Vladimir Putin vai participar de forma remota — isso porque há um mandado de captura contra ele, emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), por crimes na guerra com a Ucrânia.

Na terça-feira (22), os líderes vão participar de um fórum empresarial e depois farão um retiro, este apenas com os chefes de Estado e de governo e respectivos ministros das Relações Exteriores. Nesse evento, o chanceler da Rússia, Serguei Lavrov, estará presente. Segundo o Itamaraty, a reunião vai tratar da guerra na Ucrânia. "Certamente o tema será discutido de forma mais aprofundada do que na declaração", diz Saboia.


Ampliação do Brics

De acordo com o secretário de Ásia e Pacífico do Itamaraty, 22 países já manifestaram formalmente interesse em integrar o Brics. Entre eles estão Argentina, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. O grupo foi criado em 2009, representa 23% do PIB global e 42% da população mundial.

Os países interessados em ingressar no bloco devem cumprir diversos critérios, ainda em negociação, sendo um deles a eventual aplicação de recursos no Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), chamado de banco do Brics, com sede em Xangai (China), e chefiado pela ex-presidente brasileira Dilma Rousseff (PT).

No início deste mês, Lula se manifestou a favor da ampliação do Brics. "Eu acho extremamente importante a gente permitir a outros países, que cumpram as exigências do Brics, entrarem para o Brics. Do ponto de vista mundial, acho que o Brics pode ter um papel, eu diria, excepcional", disse o presidente, em entrevista a correspondentes internacionais, no Palácio do Planalto.

"Obviamente que eu não decido sozinho, precisa todos os países decidindo isso", completou. Lula ainda criticou organismos internacionais que são compostos apenas de nações desenvolvidas, como o G7, grupo dos países mais industrializados do mundo que reúne Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. Segundo ele, é preciso que essas entidades sejam mais amplas.

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