Ministros se reúnem para discutir medidas de combate à alta dos preços dos alimentos
Rui Costa, Carlos Fávaro, Paulo Teixeira e Guilherme Mello estão reunidos no Palácio do Planalto, um dia após polêmica
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Integrantes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva se reúnem nesta quinta-feira (23) para discutir medidas que visam conter a alta dos preços dos alimentos. Participam da reunião os ministros Rui Costa (Casa Civil), Carlos Fávaro (Agricultura) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar). O encontro ocorre um dia após polêmica em torno do tema.
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O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, também participa do encontro, realizado na Casa Civil, no Palácio do Planalto, em Brasília. Na última quarta-feira (22), o chefe da Casa Civil afirmou que o governo buscava um “conjunto de intervenções que sinalizem para um barateamento dos alimentos”.
A declaração do ministro gerou repercussão e questionamentos sobre que tipo de intervenção deve ser tomada. Posteriormente, a Casa Civil emitiu uma nota para negar que o governo vá promover uma “intervenção de forma artificial”. Em comunicado, o órgão informou que “não está em discussão intervenção de forma artificial para reduzir preço dos alimentos. O governo irá discutir com os ministérios e produtores de alimentos as medidas que poderão ser implementadas”, afirmou a assessoria da pasta.
Cobrança de Lula
Lula cobrou os ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, pela redução no preço dos alimentos. A reclamação sobre a alta dos produtos foi feita na reunião ministerial que ocorreu na segunda-feira (20).
Segundo integrantes que participaram do encontro, Teixeira respondeu à cobrança do chefe do Executivo dizendo que o Ministério da Agricultura, o do Desenvolvimento Agrário, o do Desenvolvimento Social e o da Fazenda têm um grupo para discutir a alta do preço dos alimentos.
De acordo com o ministro, até o fim do ano, deve ser feito um parecer sobre o tema e proposta uma solução. Lula, porém, não se contentou com a resposta e disse que o governo precisa pensar em uma resposta imediata e resolver logo a situação.
A cobrança de Lula ocorre em meio à inflação resistente dos alimentos, observada em 2024 e que deve persistir neste ano. Levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada revelou que alimentos e bebidas foram os itens que mais impactaram a inflação de dezembro, afetando as famílias de baixa renda. O aumento nos preços de carnes, ovos, óleo de soja e café pressionou o orçamento dessas famílias.
Além disso, passagens de transporte público, incluindo trem e ônibus, também registraram alta. A análise do IPCA destaca como a inflação é mais severa para quem ganha até R$ 5.304. Esse cenário exige atenção tanto das famílias, que devem revisar seus gastos, quanto do governo, que deve considerar medidas econômicas para controlar os aumentos.