Motta compara tarifaço de Trump ao impacto econômico do 11 de Setembro: ‘Tempos retrógrados’
Presidente da Câmara avalia que decisão dos EUA provoca incertezas internacionais, com necessidade de o Brasil em ‘se proteger’
Brasília|Lis Cappi e Victoria Lacerda, do R7, em Brasília

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), criticou nesta segunda-feira (7) o tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na avaliação de Motta, a política provoca incertezas e se assemelha aos desafios econômicos enfrentados após o 11 de Setembro — data que representa o ataques terroristas nos EUA.
“Como o 11 de Setembro mudou a conformação política mundial e readequação de forças, temos agora o 2 de abril como mudança de parâmetro, de comportamento para os países que tinham como concepção o multilateralismo”, afirmou Motta.
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O presidente da Câmara ainda avaliou a decisão como um “movimento retrógrado”, e defendeu que o Brasil deve se proteger frente às mudanças, mas pontuou que ainda há dúvida em como será a resposta internacional à decisão de Trump.
“Esse cenário que alguns trazem como oportunidade para países emergentes, eu não tenho tanta certeza, já que o grande parceiro comercial do Brasil, a China, está entrando em rota de colisão com os Estados Unidos. E depois dessas tarifas, nós não sabemos como isso vai ficar”, disse.
Os comentários foram feitos durante um debate promovido pela ACSP (Associação Comercial de São Paulo), na capital paulista, e vêm dias após aprovação na Câmara da proposta de reciprocidade econômica, que autoriza o Brasil a implementar eventuais respostas a tarifaços, como os anunciados nos Estados Unidos.
O projeto, que ainda depende de sanção do presidente Lula, tem objetivo de proteger setores estratégicos da economia nacional, como o agronegócio e a indústria, de restrições que comprometam sua competitividade no mercado internacional.
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