MPF pede investigação sobre ataque hacker a computadores da Presidência da República
Criminosos conseguiram acessar informações sensíveis e prejudicar o acesso aos arquivos armazenados dos servidores
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O Ministério Público Federal do Distrito Federal (MPF-DF) solicitou, na sexta-feira (11), abertura de procedimento investigatório para apurar o suposto apagão de documentos de computadores da Presidência da República dias após o resultado das eleições.
A intenção do órgão é descobrir de quem partiu a ordem de formatação dos HDs e se a pasta promoveu a apuração de responsabilidade sobre eventuais causas e responsáveis pelo episódio, revelado com exclusividade pelo R7.
De acordo com fontes, os criminosos que atuam pela internet conseguiram acessar informações sensíveis e prejudicar o acesso aos arquivos armazenados nos servidores do órgão.
O sistema de informática da Presidência da República foi alvo de um ataque hacker no início da semana passada, o que levou à perda de arquivos e obrigou a formatação dos computadores. A investida teria sido por meio de um ataque de ransomware, em que os dados são criptografados, ou seja, trancados, e o acesso ocorre apenas mediante uma senha, da qual apenas os hackers têm conhecimento.
Diante do episódio, o MPF adverte que os fatos são graves e suficientes para instaurar uma investigação. Sustenta também que a Presidência da República não esclareceu se os computadores foram formatados, se os arquivos foram danificados ou apagados, se dados foram vazados ou perdidos e se houve investigação.
"Faz-se necessário, assim, para a adequada proteção do patrimônio público e para a segurança da informação constante de bancos de dados da maior relevância para o Estado brasileiro, que todas as circunstâncias do suposto ataque e da suposta formatação sejam apuradas, bem assim que os agentes públicos envolvidos na ocorrência sejam ouvidos, para melhor esclarecer os fatos, seus desdobramentos e consequências", destacou o MPF.
Esse tipo de ataque se tornou frequente contra órgãos públicos e no ano passado atingiu o Ministério da Saúde, o Ministério da Economia e a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Procurada pela reportagem, a Polícia Federal informou que não comenta eventuais investigações em andamento e recomendou que a Presidência fosse questionada sobre o tema.
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É comum que, nos ataques desse tipo contra empresas privadas, organizações e governos, os criminosos peçam um valor para liberar os dados sequestrados. Geralmente, a exigência de pagamento ocorre por meio de moedas virtuais, já que assim é mais difícil localizar o destinatário.
Contatada na quinta-feira (10), a Presidência da República não falou sobre o caso. A reportagem procurou novamente o órgão e aguarda retorno.