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'Não sei se está certo ou errado', disse Bolsonaro sobre Jair Renan em 2022

Ex-presidente havia comentado as acusações de tráfico de influência e lavagem de dinheiro que recaíram sobre o filho

Brasília|Plínio Aguiar, do R7 em Brasília

O ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho Jair Renan
O ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho Jair Renan O ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho Jair Renan

Em abril de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que não tinha muito contato com seu filho Jair Renan, conhecido como "04" e alvo de operação da Polícia Civil do Distrito Federal nesta quinta-feira (24), e não sabia dizer se ele "está certo ou errado" em relação às acusações de tráfico de influência e lavagem de dinheiro.

"O moleque tem 24 anos agora, acho que ninguém conhece ele, vive com a mãe, há muito tempo está longe de mim, mas recebo ele de vez em quando aqui. Tem a vida dele, não sei se está certo ou se está errado, mas peço a Deus que o proteja", declarou Bolsonaro no dia 13 daquele mês. O ex-presidente vinha reclamando do que chamava de "pancadas" que recebia diariamente da imprensa. 

Jair Renan é o quarto filho de Bolsonaro, fruto do relacionamento com Ana Cristina Valle. O mais novo entre os filhos homens do ex-chefe do Executivo morava com a mãe em uma mansão no Lago Sul, área nobre de Brasília. O jovem foi alvo de uma operação realizada nesta quinta-feira (24) pela Polícia Civil do DF que investiga um suposto esquema criminoso que envolve estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.

No total, a polícia cumpriu cinco mandados de busca e apreensão e dois de prisão, em Brasília e em Balneário Camboriú, em Santa Catarina. Segundo a Polícia Civil, o principal alvo da operação é Maciel Carvalho, instrutor de tiro de Renan. Carvalho possui diversos registros criminais, por falsificação de documentos, estelionato e organização criminosa. Só neste ano, ele já foi alvo de duas operações.

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Em nota, o advogado de Jair Renan, Admar Gonzaga, disse que o filho do ex-presidente "informou estar surpreso, mas absolutamente tranquilo" com a operação." Ele destacou ainda que os policiais civis apreenderam um aparelho celular, um HD e papéis com anotações particulares na residência de Jair Renan em Balneário Camboriú (SC) e que "não houve condução de Renan para depoimento nem qualquer outra medida."

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, disse ao R7 que entrou em contato com a Polícia Civil do Distrito Federal para compartilhar informações das investigações da corporação sobre Jair Renan. Equipes especializadas das duas polícias se reuniram pela manhã para iniciar a colaboração nas investigações.

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Em 2021, a PF abriu um inquérito para apurar negócios que envolvem o filho mais novo do ex-presidente. Na ocasião, a Procuradoria-Geral da República do DF revelou que a apuração era derivada do procedimento preliminar que foi aberto para verificar os possíveis crimes de tráfico de influência e lavagem de dinheiro que envolvem um grupo empresarial do setor de mineração e o filho de Bolsonaro.

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Em 2022, a PF encerrou a investigação contra Jair Renan e entendeu que ele não tinha cometido crime de tráfico de influência. De acordo com o inquérito, o filho do presidente teria utilizado a empresa Bolsonaro Jr Eventos e Mídia para articular contatos entre representantes da mineradora Gramazini Granitos e Mármores Thomazini, do então ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.

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Em troca da articulação, Jair Renan teria recebido um carro elétrico, avaliado em R$ 90 mil. Um mês depois de ele ter recebido o veículo, os empresários que fizeram o repasse do automóvel se reuniram com Rogério Marinho. O encontro teria sido agendado por um assessor da Presidência. No entanto, de acordo com o relatório final, não foram encontrados elementos suficientes para caracterizar o cometimento de crime por parte do filho do chefe do Executivo nacional.

Em abril daquele ano, Jair Renan prestou depoimento em relação ao inquérito. Acompanhado do advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, ele negou ter se envolvido em irregularidades e disse ter mantido contatos com os empresários citados na investigação por conta do trabalho que faz como influenciador digital.

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