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Pedra Fundamental de Planaltina é vandalizada a tiros

Monumento completa um século no próximo ano e marca a transferência da capital brasileira do Rio de Janeiro para Brasília

Brasília|Renato Souza, do R7, em Brasília

Disparos atingiram a estrutura de concreto da Pedra Fundamental
Disparos atingiram a estrutura de concreto da Pedra Fundamental

Prestes a completar 100 anos de história, a Pedra Fundamental de Planaltina, que marcou o local onde seria construída a futura capital do Brasil, foi atacada a tiros neste sábado (30). Os danos no monumento foram notados por moradores que passavam pela região. Os disparos deixaram marcas na estrutura de concreto.

Esta é a segunda vez que a pedra fundamental é alvejada por disparos de armas de fogo. A primeira ocorreu na década de 1920, anos após ela ser fixada, quando militares da Coluna Prestes, que se revoltaram contra o governo do país na época, atiraram na pedra por não concordarem com a mudança da capital, do Rio de Janeiro para Brasília.

Na primeira investida, a estrutura foi danificada em sua placa de metal, que descreve a importância do monumento. Desta vez, o ataque atingiu o concreto. A Pedra Fundamental de Planaltina foi fixada no Morro do Centenário. Apesar das promessas de melhorias por parte de diversos governos que passaram pela gestão de Brasília, até o momento nenhuma revitalização, segurança e estrutura para receber visitantes foram realizados na região.

O professor de história Adeilton Oliveira passava pelo local quando notou o ato de vandalismo. "No final da tarde eu estava pedalando no Colégio Agrícola (Instituto Federal de Brasília) e passei pela pedra fundamental. Estava meio nublado e resolvi parar para fotografar. Então vi que estava toda alvejada de tiros. Desta vez, não foi a placa, foi a pedra mesmo que foi atingida", disse.


Ele conta que moradores e entidades de proteção ao patrimônio da cidade estão organizando um ato em protesto. "Às 16h desta segunda vamos fazer esse protesto para chamar atenção para a preservação dela e pelo tombamento pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Artístico e Histórico Nacional). Estará lá o Ecomuseu, os Guardiões do Mestre D'armas e a Associação de Produtores da Pedra Fundamental. Vamos mobilizar o máximo de pessoas que pudermos", diz.

As marcas de tiro disparados pelos militares da Coluna Prestes, que fazia referência a Luís Carlos Prestes, ainda estão na placa. Por conta de falsas cartas atribuídas ao presidente do Brasil no período, Arthur Bernardes, com críticas ao Exército, tenentes se revoltaram contra o governo da época. Bernardes foi indicado como presidente pelas oligarquias de Minas Gerais e São Paulo, estados que decidiam a política nacional na época. 


Os militares da coluna queriam o fim da República Velha e saíram em comitiva pelo país buscando apoio da população. Ao passar pelo interior de Goiás, na época, quando ainda não existia Brasília, os manifestantes atacaram a Pedra Fundamental de Planaltina. Apesar de ter criado base para a Revolução de 1930, na época, a Coluna Prestes não conseguiu impedir que Bernandes chegasse à Presidência. 

Em nota enviada pela assessoria de imprensa, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF) afirmou que monitora prioritariamente os seis principais crimes contra o patrimônio (CCP) em todo o Distrito Federal. "Em Planaltina, os CCPs marcaram queda de 24,6% comparando os primeiros nove meses deste ano e os de 2020. Entre janeiro e setembro deste ano, foram 913 ocorrências, contra 1.211, em 2020", diz o texto. "Fazem parte dos CCPs os roubos de veículo, a transeunte, a comércio, a residência, em transporte coletivo e o furto em veículo."


A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) afirmou que o policiamento será reforçado na região. "Além disso, a PMDF solicita a população que sempre entre em contato via 190 ao perceberem algo suspeito ou logo após a ocorrência de um crime. É importante também o registro na delegacia de todos os crimes para que haja a devida apuração e as informações sejam utilizadas para subsidiar o planejamento de ações de segurança."

O R7 procurou o Iphan para comentarem o caso e aguarda posicionamento. 

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