PGR pede ao STF que suspenda porte e apreenda arma de Zambelli
Pedido foi feito por deputada perseguir, com arma em punho, um homem em São Paulo, um dia antes do 2º turno das eleições
Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que suspenda o porte de arma da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e que apreenda o revólver que ela usou, além das munições, no dia em que perseguiu um homem em uma rua de São Paulo.
O episódio ocorreu em 29 de outubro, véspera do segundo turno das eleições. Zambelli foi filmada ao apontar uma arma de fogo para um homem que momentos antes havia discutido com ela. Segundo a parlamentar, ela sacou a arma depois de ter sido derrubada pelo homem. Um vídeo gravado de outro ângulo, no entanto, mostrou a parlamentar caindo após tropeçar sozinha.
O pedido da PGR foi assinado pela vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo. De acordo com ela, a apreensão e a suspensão são necessárias para "coibir a reiteração do delito investigado e resguardar a ordem pública".
"A existência de indícios de autoria e de materialidade do delito de porte ilegal de arma de fogo torna necessária a adoção de medidas cautelares tendentes a evitar a prática de infrações penais desse mesmo jaez, seja mediante a suspensão do direito ao porte de arma, seja mediante a entrega voluntária, seja ainda pela via da busca e apreensão pessoal ou domiciliar do armamento utilizado para cometer o delito", destacou.
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No ofício enviado ao STF, Araújo disse que, apesar de Zambelli ter direito ao porte, isso "não lhe autoriza o seu uso ostensivo, nem adentrar ou permanecer em locais públicos ou onde haja aglomeração de pessoas".
"O tensionamento político atual, a iminente transição pacífica de poder e o porte indevido da arma de fogo para suposto exercício do direito de defesa da honra revelam que a suspensão cautelar do porte e a apreensão da arma de fogo são medidas suficientes para coibir a reiteração do delito investigado e resguardar a ordem pública", ressaltou a vice-PGR.
O R7 pediu uma manifestação a Zambelli, mas não recebeu retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.