Prazo para Braga Netto se manifestar contra denúncia por suposto golpe acaba nesta sexta
Supremo já começou a receber respostas de outros denunciados; Braga Netto pediu mais tempo, mas Moraes negou

A defesa do ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto tem até esta sexta-feira (7) para apresentar ao STF (Supremo Tribunal Federal) resposta contra a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) por suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
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Por mais de uma vez, a defesa de Braga Netto pediu ao ministro Alexandre de Moraes para adiar o prazo de entrega da manifestação, mas todas solicitações foram negadas. Segundo a defesa, não houve acesso a todas as provas do processo, o que foi rejeitado pelo ministro.
Em 18 de fevereiro, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, denunciou Braga Netto e outras 33 pessoas, entre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro, por suposto envolvimento no plano de golpe de Estado. A PGR atribuiu ao grupo os seguintes crimes:
- Tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito (pena de 4 a 8 anos);
- Golpe de estado (pena de 4 a 12 anos);
- Organização criminosa armada (pena de 3 a 8 anos que pode ser aumentada para 17 anos com agravantes citados na denúncia);
- Dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima (pena de 6 meses a 3 anos);
- Deterioração de patrimônio tombado (pena de 1 a 3 anos).
Caso a denúncia seja aceita pelo STF, os denunciados se tornam réus e passam a responder penalmente pelas ações na corte. Então, os processos seguem para a instrução processual, composta por diversos procedimentos para investigar tudo o que aconteceu e a participação de cada um dos denunciados no caso. Depoimentos, dados e interrogatórios serão coletados neste momento.
Segundo a PGR, as peças acusatórias baseiam-se em manuscritos, arquivos digitais, planilhas e trocas de mensagens que revelam o suposto esquema de ruptura da ordem democrática e descrevem, de forma pormenorizada, “a trama conspiratória que teria sido armada e executada contra as instituições democráticas”.
Respostas de outros denunciados
Uma parte dos denunciados pela PGR já se manifestou ao STF, a exemplo de Bolsonaro.
Na resposta, a defesa dele pediu que o Supremo julgue o caso no plenário, e não na Primeira Turma.
Além disso, Bolsonaro disse que não assinou nenhum decreto e não ordenou qualquer ação violenta para restringir ou impedir o exercício de um poder, bem como não tentou depor o governo constituído depois dele.
O ex-presidente disse, ainda, que nunca praticou e nem determinou que fosse praticada qualquer violência. E jamais tentou impedir ou restringir o exercício dos demais Poderes.
A defesa de Bolsonaro também pediu ao STF a anulação da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, firmada com a Polícia Federal.
No texto de defesa, os advogados dizem que o acordo de Cid está “viciado” pela “absoluta falta de voluntariedade e de uma colaboração marcada pelas mentiras, omissões e contradições”. Mauro Cid nega as acusações.
Até a noite de quinta-feira (6), tinham respondido ao STF, além de Bolsonaro:
- Mauro César Barbosa Cid - tenente-coronel do Exército e ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro;
- Rafael Martins de Oliveira - tenente-coronel;
- Fabrício Moreira De Bastos - ex-comandante do 52º Batalhão de Infantaria de Selva em Marabá (PA);
- Mário Fernandes - general da reserva;
- Giancarlo Gomes Rodrigues - subtenente do Exército;
- Anderson Gustavo Torres - ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF;
- Augusto Heleno Ribeiro Pereira - ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional;
- Nilton Diniz Rodrigues - general do Exército;
- Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira - general do Exército e ex-ministro da Defesa;
- Ronald Ferreira de Araújo Júnior - tenente-coronel;
- Bernardo Romão Correa Netto - coronel do Exército;
- Carlos Cesar Moretzsohn Rocha - engenheiro especialista em segurança da informação;
- Cleverson Ney Magalhães - coronel do Exército e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres;
- Marcelo Costa Câmara - coronel do Exército;
- Márcio Nunes De Resende Júnior - coronel do Exército;
- Alexandre Rodrigues Ramagem - deputado federal e ex-diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência);
- Rodrigo Bezerra de Azevedo - tenente-coronel