Procuradoria abre seis investigações sobre envolvimento de militares em atos extremistas
Desse total, quatro tratam da participação direta de membros das Forças Armadas nos ataques de vandalismo de 8 de janeiro de 2023
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
A Procuradoria de Justiça Militar em Brasília abriu, até o momento, seis investigações preliminares para apurar a participação de militares na invasão das sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro.
Desse total, quatro tratam do envolvimento direto de membros das Forças Armadas na invasão; uma sobre a atuação do Batalhão de Guarda Presidencial (BGP) e do 1º Regimento de Cavalaria de Guarda (1º RCG), responsáveis pela segurança do Palácio do Planalto; e outra apura o envolvimento de militares na fuga dos extremistas.
Além disso, foi instaurado, no âmbito da Procuradoria-Geral da Justiça Militar, procedimento administrativo para obter informações acerca de possíveis condutas irregulares atribuídas a militares federais nos atos de vandalismo realizados na capital federal.
Extremistas que não aceitam a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022 furaram o bloqueio da Polícia Militar e invadiram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF). Diante do cenário, o presidente decretou intervenção na área de Segurança do Governo do Distrito Federal até 4 de fevereiro.
STF
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou, nesta segunda-feira (23), a abertura de mais três inquéritos para apurar a participação de envolvidos nos atos extremistas de 8 de janeiro. A decisão atende a pedidos da Procuradoria-Geral da República (PGR), que tem como objetivo identificar os financiadores, os executores e os autores intelectuais da invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes.
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Moraes já havia determinado a abertura de inquérito sobre os ataques, no entanto, voltado apenas às condutas de omissão ou conivência de autoridades. Na ocasião, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, foi afastado do cargo, e o ex-secretário de Segurança do DF, Anderson Torres, preso.
Após os ataques, mais de 1.400 pessoas foram detidas por suspeita de envolvimento nos atos de vandalismo. Dessas, 942 pessoas tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva e 464 conseguiram liberdade provisória, por meio de medidas cautelares, e vão poder responder ao processo em liberdade, com o uso de tornozeleira eletrônica.
Danos milionários
Os danos causados ao Congresso Nacional, Palácio do Planalto e STF chegam a R$ 18,5 milhões, segundo estimativas apresentadas pela Advocacia-Geral da União (AGU) em pedido para bloquear a quantia de quem financiou os atos de vandalismo. A solicitação foi feita na última quinta-feira (19) à Justiça no Distrito Federal.
Confira os prejuízos calculados:
• Palácio do Planalto: R$ 7.978.773,07
• Câmara dos Deputados: R$ 1.102.058,18
• Senado: R$ 3.500.000,00
• Supremo Tribunal Federal: R$ 5.923.000,00
Total: R$ 18.503.831,25