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STF volta a julgar quantidade de maconha que diferencia traficante de usuário

Cinco ministros já votaram para descriminalizar o porte de maconha em pequenas quantidades; caso é analisado desde 2015

Brasília|Rafaela Soares, do R7, em Brasília


Análise será retomada com voto de André Mendonça
Análise será retomada com voto de André Mendonça Rosinei Coutinho/SCO/STF

O STF (Supremo Tribunal Federal) retoma nesta quarta-feira (6) o julgamento sobre a quantidade de maconha que diferencia traficante de usuário. A análise será retomada com o voto do ministro André Mendonça. Até agora, há cinco votos que consideram ser inconstitucional enquadrar como crime o porte de maconha para uso pessoal e um voto que considera válida a criminalização prevista no artigo 28 da Lei de Drogas.

O texto afirma que é crime punível com penas alternativas — como medidas educativas, advertência e prestação de serviços — "comprar, portar ou transportar drogas para consumo pessoal" e que também pode ser punido com penas alternativas quem "semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade".

O caso é analisado pela Corte desde 2015, mas ainda não foi finalizado devido a uma série de pedidos de adiamento para que os ministros tivessem mais tempo para analisar a questão.

25g a 60g da erva

Relator do recurso, o ministro Gilmar Mendes inicialmente votou para descriminalizar todas as drogas para consumo próprio, mas depois alterou para se restringir à maconha e aderiu à proposta do ministro Alexandre de Moraes para fixação de presumir como usuárias as pessoas flagradas com 25g a 60g da erva ou que tenham seis plantas fêmeas. Quem for abordado com quantidades diferentes será considerado traficante.

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Os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Rosa Weber, hoje aposentada, acompanharam o entendimento de Mendes de que é necessário estabelecer uma quantidade específica para distinguir o usuário do traficante, mas não seguiram a sugestão dele para que a quantidade máima permitida seja de 60g. Os magistrados consideraram, ainda, que criminalizar o consumo pessoal afronta a autonomia individual do cidadão, aumenta o estigma que recai sobre o usuário e dificulta o tratamento de dependentes.

O ministro Cristiano Zanin foi o único até o momento a se posicionar para manter a criminalização por considerar que isso contribui para agravar problemas de saúde relacionados ao vício. Ele sugeriu, no entanto, fixar a quantidade máxima de 25 gramas para se diferenciar usuário de traficante.

O caso em avaliação no Supremo tem repercussão geral. Dessa forma, o entendimento que for tomado no fim do julgamento vai valer para todos os processos que tratem do mesmo assunto, inclusive por instâncias que sejam inferiores ao STF.

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