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Subsecretária do DF afirmou em depoimento que PMDF não se planejou para 8 de janeiro

Coronel Cintia de Castro disse à Polícia Federal que chefe de operações da PMDF encaminhou 'apenas protoloco de ações'

Brasília|Ana Isabel Mansur e Gabriela Coelho, do R7 em Brasília

Vândalos invadiram e depredaram Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal em atos de 8 de janeiro
Vândalos invadiram e depredaram Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal em atos de 8 de janeiro Vândalos invadiram e depredaram Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal em atos de 8 de janeiro

A coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Cintia Queiroz de Castro, subsecretária de Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública do DF, afirmou em depoimento à Polícia Federal que a PMDF agiu "sem o devido planejamento" durante os atos de vandalismo de 8 de janeiro.

O ofício elaborado com o depoimento da subsecretária é de 17 de fevereiro. O R7 teve acesso ao documento nesta segunda-feira (27). Cintia Queiroz foi a responsável pela elaboração do protocolo de ações integradas para o 8 de janeiro.

Segundo a coronel, o documento foi aprovado pelo então secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres. O responsável pelo planejamento interno da PMDF, contudo, é o Departamento de Operações (DOP) da corporação.

No dia dos episódios de depredação em Brasília, quem estava à frente do DOP era o coronel Paulo José Ferreira de Souza Bezerra, em substituição ao coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, que estava afastado da função.

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A subsecretária afirmou à PF que, após receber o protocolo de ações integradas, o coronel Bezerra elaborou uma circular que apenas encaminhou o documento, "sem o devido planejamento próprio, a suas unidades subordinadas para se atentarem às providências pertinentes à Polícia Militar do DF".

No entanto, Cintia Queiroz afirmou que o procedimento é incomum. "Esclarece a declarante que normalmente os protocolos da Secretaria de Segurança Pública são recebidos pela Polícia Militar e é elaborado um planejamento próprio, discriminando especificamente o efetivo e a forma de atuação; que é raro não ser elaborado planejamento próprio do órgão; que não se recorda de outra vez que ocorreu dessa forma", conforme consta no depoimento colhido pela PF.

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Cintia Queiroz disse também que "não houve planejamento próprio por parte do Departamento de Operações da PMDF, o qual manteve seu efetivo de sobreaviso e não empenhado no terreno, assim como unidades especializadas (a exemplo do choque montado) não tomaram conhecimento do plano".

De acordo com o depoimento da subsecretária, pela falta de planejamento, não havia água nem comida para os militares em campo em 8 de janeiro.

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Outro lado

Também em depoimento à PF, o coronel Bezerra afirmou que, além do protocolo de ações integradas elaborado pela SSP-DF, havia documentos criados pelo DOP para o reforço de policiamento na área central de Brasília.

"Já existiam ordens de serviços produzidas pelo DOP [...] que previam emprego de efetivo de reforço de policiamento, diuturnamente, no Hotel Meliá, com 10 PMs; emprego extraordinário de 60 PMs em Serviço Voluntário Gratificado, que atuariam na fiscalização e condução das viaturas, no domingo, dia 8/1, das 10h às 18h", declarou o coronel Bezerra.

O militar informou, ainda, que foi divulgada uma ordem de serviço sobre a Operação Centúria, com "intensificação de policiamento na área central de Brasília, que passou a vigorar a partir de 7 de janeiro".

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Bezerra também afirmou que recebia informações sobre os manifestantes apenas por aplicativo de mensagens e que não foi inserido em grupos que discutiam as ações.

O coronel, conforme consta no depoimento à PF, "ficou sabendo, posteriormente, que no dia 4 de janeiro, fora criado, pela SSP-DF, um grupo de WhatsApp, que reunia representantes de todos os órgãos envolvidos, tomadores de decisões, para tratar das possíveis manifestações do fim de semana (dias 6, 7 e 8), e que ele não foi inserido no referido grupo".

Bezerra alegou, portanto, que o acesso às informações de inteligência que tinha vinha, integralmente, de apenas um grupo de conversas. Ele acredita ter sido adicionado ao chat somente na semana de 8 de janeiro, "o qual se limitava a estimar a quantidade de manifestantes e o número de ônibus que chegavam a Brasília. Assim, em nenhum momento recebera qualquer informação de inteligência sobre os riscos de tais manifestações".

O R7 perguntou à PMDF se, de fato, os militares em campo em 8 de janeiro atuaram sem orientação nem instruções específicas. Até a última atualização desta reportagem, não houve retorno da corporação. O espaço continua aberto.

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