Veja momento em que Moraes ameaça prender Mauro Cid por omissões em delação
Moraes mandou Cid dizer a verdade e explicar contradições em depoimentos anteriores

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes advertiu o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, que ele poderia ser preso por omissões, contradições e mentiras ditas ao longo do acordo de colaboração premiada. A cena aparece em um dos vídeos de delação do militar. Nesta sexta-feira (20), Moraes tirou o sigilo das gravações dos depoimentos prestados por Cid ao longo do acordo de delação premiada.
Na audiência, Moraes destacou que a efetividade da colaboração requer que não haja omissões. “Essa audiência foi convocada como mais uma tentativa de permitir ao colaborador que preste as informações verdadeiras. Já há o pedido da Polícia Federal, já há o parecer favorável da Procuradoria-Geral da república pela imediata decretação da prisão, do retorno à prisão do colaborador”, lembrou o ministro.
“Então, aqui, é importante, e exatamente por isso, a fim de possibilitar uma reflexão maior do colaborador com seus advogados para que esclareça omissões, contradições na sua colaboração, sob pena não só da decretação da prisão, como também da cessação e consequente rescisão da colaboração”, completou.
‘Colaboração premiada não pode ser seletiva’
O ministro do STF alertou Cid e a advogada dele, Vânia Bitencourt, que “a colaboração premiada não pode ser seletiva e direcionada”.
“Ela não pode ser utilizada para proteger alguns e prejudicar outros. Aqui, o colaborador dá os fatos. Quem analisa quem será processado ou não é o Ministério Público, é o procurador-geral da República. E quem analisa após a denúncia, eventual denúncia, da Procuradoria-Geral da República, se haverá culpabilidade ou não, é o Supremo Tribunal Federal. Não é o colaborador que desde o início analisa: ‘Ah, esse não fez nada’. Não”, disse Moraes.
Denúncia da PGR
Na terça-feira (18), o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou ao STF denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros 33 por suposto envolvimento em um plano de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Agora, o ministro Alexandre de Moraes vai analisar a denúncia. Segundo a defesa de Bolsonaro, ele “jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam”.