Vídeo: Mauro Cid fica desesperado ao receber notícia de que seria preso
Em março de 2024, tenente-coronel foi preso após prestar depoimento no STF; ao fim do interrogatório, ele desmaiou
Brasília|Do R7
Um dos vídeos divulgados nesta quinta-feira (20) pelo STF (Supremo Tribunal Federal) dos depoimentos do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, ao longo do acordo de colaboração premiada mostrou o momento em que ele recebeu a notícia de que seria preso. Em março de 2024, ele foi interrogado para dar explicações sobre um áudio no qual fez ataques à Polícia Federal e ao ministro Alexandre de Moraes. Depois da audiência, Cid foi preso por ordem de Moraes.
leia mais
Aquele interrogatório foi conduzido pelo juiz instrutor do gabinete do ministro, Airton Vieira, que anunciou a ordem de prisão de Cid. O tenente-coronel ficou inquieto ao ouvir a notícia e levou as mãos ao rosto diversas vezes. Posteriormente, ele desmaiou — esse momento, contudo, não aparece no vídeo. Dois brigadistas do STF socorreram Cid naquele dia após ele desmaiar.
“O senhor ministro relator, Alexandre de Moraes, decidiu e decretou a prisão preventiva do senhor Mauro César Barbosa Cid. Eu tenho em mãos a decisão assinada pelo senhor ministro relator, o ministro Alexandre de Moraes. Posteriormente, os senhores vão recebê-la, vão tomar ciência do seu conteúdo, das razões que levaram o senhor ministro a decretar a cautelaridade prisional, a prisão preventiva do senhor Mauro César Barbosa Cid”, disse Vieira.
Cid ficou preso até maio de 2024, quando teve a liberdade autorizada também por Moraes.
Por que Cid foi preso?
A prisão de Cid foi justificada por descumprimento de medidas cautelares e por obstrução à Justiça depois da divulgação de áudios em que ele afirmava que a Polícia Federal o pressionou a relatar fatos que não aconteceram e a detalhar eventos sobre os quais não tinha conhecimento.
Nas gravações, Cid diz que foi induzido por policiais a corroborar declarações de testemunhas e a reproduzir informações específicas, sob pena de perder os benefícios do acordo de delação premiada. O militar também criticou a atuação de Moraes, dizendo que o ministro faz o que bem entender.
Na gravação, o ex-ajudante de Bolsonaro afirma que Moraes “já tem a sentença pronta” dos inquéritos dos quais é relator e que apenas aguarda “o momento mais conveniente” para ordenar as prisões dos investigados.