Renata Alves: "Tenho orgulho de ajudar a abrir caminho para o sotaque nordestino na tevê"
Nascida em Pernambuco e criada no Sergipe, apresentadora do Hoje em Dia revela detalhes de sua vida familiar e dá detalhes de sua trajetória profissional em programas Record TV
Entrevista|Eduardo Marini, Do R7
Repórter Simpatia.
Poucos títulos cunhados pelo público brasileiro nas últimas décadas foram são justos e merecidos como esse, dado à jornalista e apresentadora Renata Alves, do programa de jornalismo, prestação de serviços e entretenimento Hoje em Dia, apresentado de segunda a sexta, às dez da manhã, na Record TV
Pernambucana de nascimento e sergipana por adoção, 43 anos, casada, mãe de um filho, Renata acumula admiradores entre a audiência e colegas de trabalho pela naturalidade desarmada e elegante exercida em todos os momentos e situações profissionais, nos estúdios em conversas informais e nas excelentes reportagens de sua autoria. Após realizar trabalhos elogiados e premiados na emissora, ela divide a apresentação do Hoje em Dia com Ana Hickmann, Ticiane Pinheiro e César Filho.
Nessa conversa com o R7 ENTREVISTA, Renata lembra sua criação em Aracaju, capital do Sergipe, para onde se mudou aos dois anos com a família. Dá detalhes da carreira e reforça o orgulho de seu sotaque acentuado e das origens nordestinas. Sinceridade, carisma e talento em dia. Acompanhe:
Você ganhou o apelido de Repórter Simpatia. Deixe o público conhecer um pouco mais da vida de quem mereceu um título tão generoso.
Renata Alves – Com prazer. Nasci no Recife, a capital pernambucana. Boa parte da nossa família vive lá até hoje. Aos dois anos fui morar com minha família em Aracaju, no Sergipe. Meu pai, ex-funcionário do Banco Nacional de Habitação, o BNH, hoje incorporado à Caixa, foi transferido para lá.
E a família foi junto.
Exatamente. Tenho um irmão, Henrique, professor de música na Universidade de Campina Grande, na Paraíba. Vivi em Aracaju todas as fases pessoais e profissionais da minha vida até me transferir para São Paulo, a convite da Record TV. Fiz o Fundamental e o Ensino Médio em escolas de Aracaju e a graduação em Rádio e TV na Universidade Federal do Sergipe, a UFS. Meu marido, Diego Gonzaga, é de lá. Foi colega de turma na universidade. Meu único filho, Diego, também. Ainda somos muito ligados à cidade. Meu marido tem uma produtora lá e vive entre São Paulo e Aracaju. O filho adora passar temporadas por lá. Meu primeiro emprego e, para minha honra, o encontro com o grupo Record TV também foram feitos no Sergipe.
Como foi sua entrada profissional nas comunicações?
Trabalhei em uma rádio e, em 2001, fui contratada como repórter de tevê em um programa de jornalismo local. Mas logo no ano seguinte, em 2002, deixei esse emprego a convite da TV Atalaia, afiliada à Record TV em Aracaju, para ser repórter de um programa chamado Jornal do Estado. Algumas reportagens que fiz com nossa equipe chamaram atenção, foram premiadas e, em 2005, a Record TV convidou-me a integrar a equipe de repórteres do Domingo Espetacular. Fazia, a partir de Aracaju, o quadro Achamos no Brasil em viagens pelo país.
E o Hoje em Dia?
Moro em São Paulo desde 2015, ano em que a Record TV convidou-me a integrar o Hoje em Dia e a ser também repórter do quadro Estação Rodoviária em um programa do saudoso Gugu Liberato.
O título de Repórter Simpatia, dado pelo público, é justo. Além de ser simples e acessível no trato com pessoas de todos os tipos, você faz questão de não esconder suas origens nordestinas. Deixa seu sotaque sergipano correr solto na tevê e fora dela, por exemplo.
Essa coisa de simpatia é antiga. Na universidade fui eleita Garota Simpatia. Houve uma eleição e me deram esse título. E agora esse, ainda maior, dado pelo público de todo o país. Fico honrada. Como você disse, tenho orgulho supremo também de minhas origens. Quando cheguei, os líderes da programação de jornalismo da Record TV fizeram questão de deixar claro para mim que, em São Paulo, eu deveria ser exatamente o que sempre fui. Afinal de contas, a sintonia com o público veio por isso.
Você passa a sensação de fazer seu trabalho com muito prazer, no estúdio ou em qualquer reportagem de rua...
Isso é absolutamente verdadeiro. Gravo sempre com prazer e sinto alegria dentro de mim. Acabo por passar isso aos entrevistados, colegas de trabalho e, sobretudo, ao público. Sinceridade e honestidade são, ao meu ver, as duas melhores formas de mostrar respeito e educação às pessoas. Na tarefa de estar próxima do público, o meu comportamento autêntico é tão importante quanto meu conhecimento profissional. A frase ‘gentileza gera gentileza’ faz todo sentido.
E o sotaque?
É outro motivo de muito orgulho. Fico feliz ao ouvir de colegas e pessoas ligadas à comunicação que faço parte do time que abriu o caminho para que os sotaques, sobretudo os nordestinos, começassem a ser adotados, respeitados e admirados de verdade, e em volume, nas redes de televisão com sedes nacionais no Rio e em São Paulo.
Hoje o cenário está mais plural nesse aspecto…
Verdade. Mas antes de entrar na Record TV, cheguei a ser treinada por uma fonoaudióloga no trabalho, em Aracaju, para diminuir o sotaque sergipano. Ficava constrangida e triste ao ver colegas jornalistas jovens, em Aracaju, tentado sozinhos, por conta própria, esconder o sotaque. Mesmo no Rio, repórteres com sotaque carioca mais acentuado receberam treinamento para amenizá-lo. Hoje meu sotaque é um dos grandes pilares da ponte de comunicação afetuosa que me liga ao público.
Você apresenta o Hoje em Dia ao lado de Ana Hickmann, Ticiane Pinheiro e César Filho. Como é o relacionamento com eles?
Muito bom. São profissionais educados e solidários. Somos pessoas diferentes, mas temos coisas em comum. O bacana é que cada um respeita a individualidade do outro. Com quatro apresentadores, fora o restante do time, uma parceria com respeito às individualidades nem sempre é algo fácil de atingir. Essa pluralidade respeitosa amplia o leque, atrai público variado e garante o sucesso da atração.
Muito obrigado.
Adorei o papo. Agradeço o R7.