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China invade águas da Argentina para realizar pesca ilegal, diz estudo

Frota pesqueira chinesa, a maior do mundo, é acusada de explorar recursos argentinos com financiamento do próprio governo

Internacional|Do R7

Navio que pertence a empresa da China usa bandeira de Vanuatu, país no sul do Oceano Pacífico, para 'camuflar' identidade durante pesca em águas da Argentina, segundo estudo Reprodução/Círculo de Políticas Ambientales

A frota pesqueira da China, considerada a maior do mundo, está invadindo as águas da Argentina para capturar volumes crescentes de recursos marinhos, como a lula, em uma campanha que mistura operações legais e ilegais patrocinadas pelo governo chinês.

A denúncia vem de um estudo realizado pelo grupo ambientalista argentino El Círculo de Políticas Ambientales, que diz que o esgotamento de estoques em águas próximas ao território chinês tem levado a frota do país a buscar novos territórios, muitas vezes ignorando fronteiras e regulamentações internacionais.

Enquanto isso, segundo o estudo, a Argentina intensifica patrulhas navais para conter a pesca ilegal dentro da zona econômica exclusiva (ZEE) do país.

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Muitos barcos chineses operam legalmente sob a bandeira argentina, registrados por empresas do país asiático, enquanto outros atuam ilegalmente sob bandeiras de nações terceiras, numa tentativa de ocultar a extensão do envolvimento chinês no Atlântico Sul.


“Eles estão lentamente tomando posse dos recursos da Argentina”, disse Milko Schvartzman, especialista em conservação marinha e autor do relatório, à Radio Free Asia. O estudo estima que mais da metade da frota pesqueira de lula da Argentina pertença à China, sob o comando da estatal China National Fisheries Corporation (CNFC).

A prática, sancionada pelo governo chinês, também inclui táticas como desligar sistemas de identificação automática para invadir a ZEE argentina sem detecção. Além disso, embarcações chinesas têm usado parcerias com pescadores locais ou registros em outros países para burlar regulamentações.


O levantamento do grupo ambientalista argentino identificou ao menos 10 barcos operando na ZEE do país sob bandeiras estrangeiras não registradas, enviando os pescados de volta à China.

Resposta argentina

No final de fevereiro, a Argentina lançou uma operação de patrulha naval para deter a pesca ilegal, não declarada e não regulamentada (IUU, na sigla em inglês), mirando especialmente a frota de águas distantes da China.


A marinha argentina enviou duas aeronaves -- um C-12 Huron e um P-3C Orion -- e duas corvetas para monitorar cerca de 380 embarcações pesqueiras, a maioria chinesas, que operam próximas aos limites da ZEE.

O objetivo é proteger a indústria de lulas do país, avaliada em US$ 2 bilhões (cerca de R$ 11 bilhões), essencial para a economia local.

A temporada de pesca da lula atrai não só a China, mas também frotas de Taiwan, Coreia do Sul e Espanha, aumentando as tensões na região. A suspeita é que muitas dessas embarcações desliguem seus sistemas de rastreamento para entrar ilegalmente em águas argentinas.

Incidentes do tipo não são novidade. Em 2016, a guarda costeira argentina afundou um arrastão chinês flagrado pescando dentro da ZEE após uma tentativa de fuga. Desde então, as autoridades reforçaram a vigilância, especialmente em períodos de alta atividade pesqueira.

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