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Confronto em manifestação deixa ao menos 8 mortos na Bolívia

Evo Morales condenou a ação dos agentes, que acusaram os manifestantes de portar armas letais e disparar contra os próprios companheiros

Internacional|Do R7, com Agência EFE

Confrontos deixaram mortos e feridos em Cochabamba; manifestantes tentavam chegar a La Paz
Confrontos deixaram mortos e feridos em Cochabamba; manifestantes tentavam chegar a La Paz

Um protesto de produtores de coca e apoiadores do ex-presidente Evo Morales deixou pelo menos 8 mortos e 132 feridos na cidade de Sacaba, departamento de Cochabamba, Bolívia, nesta sexta-feira (15).

Os embates começaram quando um grande número de cocaleros (como são chamados os produtores de coca) tentava entrar na cidade por um dos acessos onde as Forças Armadas instalaram controles. Os manifestantes pareciam ter como destino final La Paz, para apoiar protestos a favor de Evo Morales, que no domingo passado (10) renunciou ao poder e recebeu asilo do México.

O representante da Defensoria do Povo da Bolívia em Cochabamba, Nelson Cox, relatou à Agência Efe que, "infelizmente, há cinco (mortos) na cidade de Sacaba".

Manifestantes indígenas protestam pacificamente em praça central de Cochabamba
Manifestantes indígenas protestam pacificamente em praça central de Cochabamba

Cox explicou que os corpos são de manifestantes que foram transferidos a um hospital "com ferimentos de bala", mas morreram antes de chegar às instalações.


Segundo Cox, as forças conjuntas de policiais e militares realizaram uma operação "desproporcional" diante da manifestação, que terminou com pessoas feridas por bala.

Veja mais: Milhares de camponeses e indígenas protestam contra governo de Áñez


Além disso, denunciou que as forças de segurança nos pontos de controle não deixaram passar ambulâncias que transportavam feridos.

"Tenho insistido todos os dias para que evitem mobilizações, não só não violentas, mas para evitar mobilizações. Desde domingo assistimos a uma escalada das intervenções das forças conjuntas, da polícia e das Forças Armadas, que tiveram intervenções desproporcionais", argumentou.


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A polícia utilizou o Twitter para informar que os agentes "foram atacados com armamento letal e armas de fogo improvisadas" entre as cidades de Cochabamba e Sacaba, e que uma viatura "recebeu impactos de armas de fogo", o que está sendo investigado.

Um dos oficiais das forças conjuntas disse a canais de televisão que os manifestantes estavam utilizando "dinamite e armamento letal" que, segundo ele, nem a polícia possui.

"Presumimos que na segunda fila eles dispararam e feriram seus próprios companheiros", declarou em referência aos manifestantes.

Morales condena repressão

O ex-presidente condenou nesta sexta-feira (15) a repressão a grupos cocaleros perto de Cochabamba e pediu para que as Forças Armadas e a polícia "parem o massacre".

"Condeno e denuncio ao mundo que o regime golpista que tomou o poder por assalto em minha querida Bolívia reprime com balas das Forças Armadas e da polícia o povo que pede pacificação e a reposição do estado de direito", escreveu no Twitter.

Morales pediu às Forças Armadas e à polícia que "parem o massacre" porque "o uniforme das instituições da pátria não pode ser manchado com o sangue do povo".

"Agora, assassinam nossos irmãos em Sacaba, Cochabamba", denunciou Morales, que está no México, após aceitar o asilo oferecido pelo governo do país.

O ex-presidente ainda classificou como "ditadura" o governo da presidente interina, Jeanine Áñez, citando também os opositores Carlos Mesa e Luis Fernando Camacho.

"Para justificar o golpe, Mesa e Camacho nos acusaram de 'ditadura'. Agoram sua 'presidenta' autoproclamada e seu gabinete de advogados defensores de violadores e repressores, massacra o povo com as Forças Armadas e a polícia como a verdadeira ditadura", comentou

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