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EUA suspende operações cibernéticas contra a Rússia

Pausa no planejamento do Comando Cibernético ocorre em meio a distensão entre Donald Trump e Vladimir Putin

Internacional|Do R7

O Comando Cibernético é um dos principais órgãos militares dos EUA no ciberespaço Divulgação/Comando Cibernético dos EUA

Os Estados Unidos suspenderam as operações e o planejamento de ações cibernéticas ofensivas contra a Rússia, segundo a imprensa norte-americana. A decisão ocorre em meio a esforços diplomáticos de Donald Trump para alcançar uma distensão com Vladimir Putin três anos após o início da invasão russa à Ucrânia.

Jason Kikta, ex-oficial do Comando Cibernético dos EUA, disse à emissora CNN que o movimento representa um “grande golpe”. Ele destacou que o planejamento dessas operações exige tempo e pesquisa, e a pausa pode deixar o país mais exposto a ataques cibernéticos russos.

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Moscou possui um robusto arsenal de hackers capazes de comprometer infraestruturas críticas americanas e coletar informações sensíveis. “Qualquer período prolongado sem verificar o acesso e atualizar o planejamento corre o risco de perder esse acesso ou uma mudança crítica”, disse Kikta.

A suspensão afeta diretamente o Comando Cibernético dos EUA, unidade responsável por ações ofensivas e defensivas no ciberespaço, sediada em Fort Meade, Maryland. Segundo a BBC, a diretriz partiu do Secretário de Defesa Pete Hegseth, em um momento em que Trump busca suavizar a relação com a Rússia.


Tensões com a Ucrânia

A mudança na postura cibernética coincide com um esfriamento nas relações entre EUA e Ucrânia. Na última sexta-feira (28), Trump e o vice-presidente JD Vance protagonizaram um bate-boca com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky no Salão Oval.

Trump acusou o líder da Ucrânia de “jogar com a Terceira Guerra Mundial” e também anunciou planos de se encontrar com Putin, ecoando justificativas russas para a guerra e sinalizando uma reaproximação com Moscou.


Enquanto isso, a Agência de Segurança Cibernética e de Infraestrutura dos EUA (CISA) disse no domingo (2), em postagem no X, que mantém sua missão de proteger a infraestrutura crítica contra todas as ameaças, incluindo as russas. “Não houve mudança em nossa postura. Qualquer relato em contrário é falso e prejudica nossa segurança nacional”, declarou.

Impactos

A pausa no Comando Cibernético pode afetar centenas ou milhares de operadores, além de comprometer o apoio digital à Ucrânia, que enfrenta ataques cibernéticos russos intensos desde 2021.


Críticos, como o senador democrata Chuck Schumer, alertaram, em declaração ao New York Times, que a medida é “um erro estratégico crítico”, dando a Putin “passe livre” para continuar operações cibernéticas contra os EUA.

O Secretário de Estado Marco Rubio, por outro lado, defendeu a abordagem de Trump, afirmando à ABC que “você não traz os russos para a mesa sendo antagônico”.

A suspensão reflete uma nova fase no confronto cibernético entre EUA e Rússia, que, segundo autoridades, ocorre regularmente. Desde 2016, quando hackers russos tentaram influenciar as eleições americanas, Moscou tem repetido táticas de desinformação e ataques, enquanto o Comando Cibernético cresceu como uma força de projeção de poder, com milhares de operadores atuando globalmente.

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