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Por que a China está investigando o Google?

País asiático anunciou nesta terça-feira (4) que big tech é suspeita de violar leis antimonopólio; medida ocorre em meio a tensão comercial com EUA

Internacional|Do R7

O presidente chinês Xi Jinping discursa em Pequim, capital do país, em janeiro de 2025 Divulgação/Xinhua

A China disse nesta terça-feira (4) que iniciou uma investigação contra o Google por suspeita de violação de leis antimonopólio. O anúncio foi feito minutos depois de entrarem em vigor as tarifas do presidente Donald Trump sobre as importações chinesas.

O país asiático também informou que incluiria a PVH Corp, holding de marcas como Calvin Klein, e a empresa de biotecnologia americana Illumina em sua “lista de entidades não confiáveis”, o que imporia sanções sobre essas companhias.

“Como o Google é suspeito de violar a Lei Antitruste da República Popular da China, a Administração Estatal de Regulamentação de Mercado iniciou uma investigação de acordo com a lei”, diz o comunicado do governo chinês, que não dá detalhes sobre a ação.

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Especialistas acreditam que a investigação seja sobre o sistema operacional Android. Praticamente todas as marcas de smartphones, exceto Apple e Huawei, dependem do sistema, que pertence ao Google, o que poderia configurar abuso de posição dominante no mercado.


A big tech norte-americana já foi acusada de violar regulamentações antimonopólio em outros países no passado, como Coreia do Sul, Turquia, Índia, Rússia e outros da União Europeia.

Não está claro como a investigação afetará as operações do Google, que não se manifestou sobre o assunto até o momento.


Relação conturbada

A China e o Google têm uma relação complexa desde os anos 2000. A empresa lançou seu mecanismo de busca em chinês, o google.cn, em 2006, ao adaptar o serviço às regras de censura do governo de Pequim.

Quatro anos mais tarde, no entanto, a big tech decidiu encerrar as operações de busca no país. A empresa alegou ataques cibernéticos e recusas às exigências de censura do governo chinês.


Desde então, todos os usuários do Google na China são redirecionados para o site em Hong Kong. O governo chinês também bloqueou, na mesma época, outros serviços da empresa, como o Gmail e o Chrome -- plataformas de mídia social, como Facebook e Instagram, também são bloqueadas no país.

Hoje, a companhia tem uma presença limitada no país, com escritórios em Pequim, Xangai e Shenzhen que atuam principalmente em vendas e engenharia de publicidade.

Guerra comercial

Em represália às taxações de Trump, anunciadas na última sexta-feira (31), a China também anunciou nesta terça a imposição de novas tarifas sobre importações dos Estados Unidos. A medida entra em vigor a partir da próxima segunda-feira (10).

As tarifas adicionais de 10% sobre todas as importações chinesas para os EUA entraram em vigor nesta terça, depois de Trump acusar Pequim de não tomar medidas suficientes para conter o fluxo de drogas ilícitas para o território norte-americano.

Em resposta, o Ministério das Finanças da China anunciou a imposição de tarifas de 15% sobre o carvão e o Gás Natural Liquefeito (GNL) provenientes dos EUA e de 10% sobre petróleo bruto, equipamentos agrícolas e alguns automóveis.

Na segunda-feira (3), Trump advertiu que poderia ampliar ainda mais as tarifas contra a China caso o governo chinês não tomasse medidas para conter o envio de fentanil, um opioide altamente letal, para os EUA. Em resposta, Pequim declarou que a questão do fentanil é um problema interno dos norte-americanos.

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