Trump inicia governo com retirada de versão em espanhol do site da Casa Branca
Entre ações controversas, a administração desativa páginas em espanhol, inicia operações de deportação e aborda a possível proibição do TikTok nos Estados Unidos.
Internacional|Do R7

Um dia após a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, seu governo removeu do ar a versão em espanhol do site oficial da Casa Branca. A página, que estava disponível na URL https://www.whitehouse.gov/es/, agora exibe uma mensagem de “Erro 404”. Além disso, o perfil oficial da Casa Branca em espanhol no X (antigo Twitter), @LaCasaBlanca, e a página governamental sobre liberdade reprodutiva também foram desativados.
Por outro lado, versões em espanhol de outros sites governamentais, como os dos Departamentos de Trabalho, Justiça e Agricultura, permaneceram acessíveis.
Na página inicial do site da Casa Branca, um botão direciona os usuários a uma montagem em vídeo destacando momentos da campanha e do início do mandato de Trump. A decisão gerou críticas de grupos de defesa dos direitos hispânicos, que questionaram a falta de esforços para manter uma comunicação efetiva com a comunidade latina — público que desempenhou um papel importante em eleições passadas.
O vice-secretário da Casa Branca, Harrison Fields, justificou a ausência da versão em espanhol como parte de um processo de atualização do site. “É o segundo dia de governo. Estamos desenvolvendo, editando e ajustando o site da Casa Branca. Parte do conteúdo arquivado ficou temporariamente inativo, mas estamos comprometidos em restaurar essa seção em breve”, afirmou Fields.
Essa não é a primeira vez que uma administração de Trump remove a versão em espanhol do site. Durante seu primeiro mandato, em 2017, a seção também foi desativada sob a justificativa de “atualizações”. Contudo, o conteúdo só foi restaurado em 2021, durante o governo de Joe Biden.
Outras medidas no início do mandato
Ainda na posse, Trump destacou planos de intensificar a fiscalização na fronteira com o México, declarando uma “emergência nacional”. Ele anunciou o envio de tropas para auxiliar os agentes de imigração e a implementação de ações para restringir a entrada de refugiados e solicitantes de asilo.
Em outra medida controversa, o governo encerrou o uso do aplicativo CBP One, que permitia a entrada legal de imigrantes no país. Além disso, uma operação em Chicago envolvendo cerca de 200 agentes do Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas foi iniciada, com foco na deportação de imigrantes com antecedentes criminais. Segundo uma pesquisa do New York Times, 55% dos americanos apoiam a deportação de imigrantes ilegais. Trump reforçou seu compromisso com deportações em massa, afirmando que essas ações serão realizadas rapidamente, em cumprimento às promessas de campanha.
Questões econômicas e tecnológicas
Outro tema de destaque no início do mandato foi a situação do TikTok. A Suprema Corte validou uma lei que exige que a ByteDance, empresa responsável pelo aplicativo, venda suas operações nos Estados Unidos por razões de segurança nacional. Caso a venda não seja concluída, o aplicativo pode ser banido no país. Trump considerou conceder um prazo adicional de 90 dias para negociações antes de implementar a proibição.