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Zona desmilitarizada entre as Coreias vira paraíso de pássaro que simboliza paz

Ave convive com milhares de militares e sons de propaganda de Kim Jong-un contra a Coreia do Sul

Internacional|Do R7

Grou-de-coroa-vermelha representa paz, pureza e longevidade na cultura coreana Reprodução/savingcranes.org

Uma larga faixa de terra entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul permanece proibida para a grande maioria de humanos desde 1953. Apesar de ser considerada uma zona desmilitarizada, a região é vigiada por cerca de um milhão de soldados, e o acesso é fortemente regulamentado. Mas isso não diz respeito aos animais, que encontraram nesse território um habitat para sobreviver. Isso inclui o grou-de-coroa-vermelha, curiosamente um pássaro que, para os coreanos dos dois lados da fronteira, simboliza paz.

O grou-de-coroa-vermelha é chamado durumi ou hak, está representado na moeda de 500 won e também é símbolo da cidade de Incheon, na Coreia do Sul.

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Os grous são apenas uma das espécies que se aproveitaram da configuração especial da região. Muitas plantas e animais ameaçados de extinção podem ser vistos no local. Segundo um levantamento do jornal Korea Herald, das 282 espécies que correm risco de desaparecer na Coreia do Sul, 108 podem ser encontradas ali.

Neste ano, quase 2.600 grous-de-coroa-vermelha e 10 mil grous-de-nuca-branca foram observados na chamada Zona Desmilitarizada (DMZ, na sigla em inglês). Isso representa 57% e 71% da população mundial dessas espécies.


A DMZ é uma zona de quatro quilômetros de largura e cerca de 250 km de extensão entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul. Ela foi demarcada em 1953 para marcar a trégua na Guerra da Coreia. Tecnicamente, os dois países ainda estão em guerra, uma vez que nunca assinaram um tratado de paz.

Civis podem entrar na área, mas com uma série de restrições. Fotografar instalações militares, por exemplo, é considerado crime. Quem circula pela região pode ouvir propaganda contra a Coreia do Sul transmitida pela ditadura de Kim Jong-un.


Mas estes são os raros traços deixados pelo ser humano que se pode encontrar na região. E não são suficientes para espantar animais selvagens como o grou.

O animal é uma ave migratória conhecida por ser bastante sensível à presença humana. Por isso, praticamente desapareceram em áreas urbanas. É ainda mais raro ter a oportunidade de ver grandes grupos de grous reunidos.


Na DMZ, o grou-de-coroa-vermelha encontra alimento abundante, baixo risco de encontro com predadores e condições climáticas favoráveis. Isso inclui até a participação de alguns fazendeiros que cultivam grãos que servem de refeição às aves.

A atual ameaça à espécie não vem das armas de guerra dos humanos, mas da tecnologia. O aumento de fios elétricos, para alimentar a crescente produção agrícola em estufas, e de painéis solares podem provocar acidentes fatais envolvendo as aves, que voam em alta velocidade e, às vezes, não conseguem evitar a colisão com esses materiais.

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