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MP denuncia motorista e dono de transportadora por acidente que matou 39 na BR-116, em MG

Promotores endureceram indiciamento e pediram condenações por homicídio qualificado e tentativa de homicídio; caso aconteceu em dezembro

Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7

Acidente na BR-116, em dezembro de 2024, matou 39 pessoas

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou o motorista de uma carreta e o dono de uma empresa de transporte pela morte de 39 pessoas em um acidente na BR-116, em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, ocorrido no dia 21 de dezembro do ano passado. A acusação foi revelada nesta segunda-feira (10).

Os dois responderão por 39 homicídios, com as qualificadores de uso de meio que resultou em perigo comum e que dificultou a defesa das vítimas, além de tentativa de homicídio contra 11 sobreviventes. A Promotoria endureceu o indiciamento da Polícia Civil que apontava lesão corporal no caso dos feridos.

Sozinho, o motorista Arilton Bastos Alves também foi denunciado por omissão de socorro e por fugir do local. Já o dono da empresa para a qual ele fazia o transporte de uma carga de pedra, responderá ainda por falsidade ideológica, por inserir ou ordenar a inserção de informações falsas na documentação do material para esconder excesso de peso.

Segundo o MPMG, os acusados assumiram o risco de matar ao desrespeitar normas de segurança. Entre as irregularidades apontadas estão o excesso de peso da carga, velocidade acima do permitido, jornada exaustiva do motorista, falta de manutenção nos pneus, falhas nos sistemas de amarração dos blocos e modificações não autorizadas no veículo. A Polícia Civil concluiu, ainda, que Alves estaria dirigindo sob efeito de remédios e drogas, mas o homem negou.


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De acordo com a investigação, a carreta transportava dois blocos de quartzito, que juntos pesavam 80,68 toneladas. O sobrepeso era de 77%, informaram os peritos. Ao fazer uma curva em alta velocidade, o segundo semirreboque tombou, atingindo um caminhão-baú que passava ao lado. O impacto fez com que um dos blocos, de 36,43 toneladas, se desprendesse e atingisse um ônibus da linha São Paulo (SP) – Elísio Medrado (BA), que seguia na pista contrária. O coletivo explodiu e foi tomado pelo fogo. Um carro e uma caminhonete que vinham atrás também se envolveram no acidente.

Entre os mortos estavam um bebê de um ano, duas crianças de 9 anos e uma de 12 anos.

A denúncia agora será analisada pela Justiça, que decidirá se aceita ou não o processo. A reportagem tenta contato com a defesa dos denunciados.

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