Kia Stonic é SUV compacto que faz até 16km/l e custa preço de modelo médio
Avaliamos o Stonic híbrido leve que tem boa motorização mas deve vários itens de série
Autos Carros|Marcos Camargo Jr. e Marcos Camargo Jr.
Ao lançar o Stonic no Brasil, no fim do ano passado, a Kia Motors disse que estava virando a chave para os produtos eletrificados. E o Stonic é o primeiro representante dessa nova safra cheio de personalidade própria. Mas ele terá equipamentos para justificar seus R$ 147,9 mil? O R7-Autos Carros testou a novidade ao longo de uma semana.
KIA STONIC É HÍBRIDO MESMO? Melhor que Creta, Tracker, Kicks, Pulse e TCross? AutosTV Marcos Camargo. Veja o vídeo!
O Stonic mescla alguns elementos já conhecidos mas, justiça seja feita, não se deve fazer confusão. Ele não tem a plataforma do HB20 e o motor tem muitas melhorias embora seja da mesma “família” do compacto fabricado em Piracicaba.
Entra em cena o motor 1.0 Smartstream três cilindros turbo da família “Kappa” a gasolina trabalhando com um conjunto elétrico de 48V. A Kia chama o sistema de híbrido MHEV. Sem a parte elétrica, o motorzinho tem 118cv e 17kgfm de torque. Com o auxílio extra vai a 120cv e 20,4kgfm de torque. Mas vale a pena pagar mais por “apenas” 2cv e 3kgfm de torque?
A condução do Stonic tem muitas diferenças em relação a um modelo apenas a combustão. Ao rodar em superfície plana, o motor desliga e mantém as rodas livres com muita suavidade ao desligar e religar o motor. O motorista só percebe a diferença ao ver o ponteiro do conta-giros ficar encostado na base. A bateria é recarregada nesse movimento onde é possível acompanhar a gestão de energia pela multimídia.
O Stonic vem com transmissão automatizada de sete velocidades com evoluções bem suaves. Apesar do brasileiro não gostar muito de câmbio automatizado não há histórico de falhas e problemas crônicos com o mecanismo banhado a óleo e controlável por alavanca no console central.
Da mesma forma o start stop tem funcionamento muito silencioso e imperceptível ao motorista. A potência e torque extras não são sentidos mas na prática se nota o quanto o Stonic é eficiente; 13,7km/l na cidade e 16,7km/na estrada.
É claro que 120cv não é nenhum milagre ao ser comparado com outros crossovers 1.0 turbo o Stonic está na média de preço e a economia fica em 15% a mais em relação a um modelo apenas a combustão.
Mas eficiência é tudo?
Definitivamente não. E o pacote oferecido pelo Stonic não supera os concorrentes. Ao contrário, traz o mesmo que outras marcas têm mas com um produto bem montado, sem rebarbas é impressão de durabilidade típica da marca Kia há vários anos.
O estilo do Stonic mescla elementos que conhecemos no Kicks, no Pulse e principalmente no JAC T40. É como um hatch mais alto e largo com seus 4,14m de comprimento, 1,76m de largura, 2,58m de entre-eixos e porta malas de 325litros que abriga a bateria abaixo do forro onde deveria estar o pneu estepe (no lugar vem um kit de reparo rápido).
O conjunto está alinhado com o segmento de Crossovers compactos. Além disso o Stonic é diferente com elegante conjunto de rodas e pneus aro 17, largas barras de teto em cinza, os emblemas “hybrid” na lateral e traseira e o interior com o novo volante da marca combinando com equipamentos de acionamento simples e aspecto de robustez apear do plástico duro presente no painel.
Pacote de série é bom
O Stonic tem os itens que outros concorrentes oferecem mas poderia ir além tendo em vista o seu preço. Vem com seis airbags, auxílio de partida em rampa, espelhos retrovisores externos com regulagem e rebatimento elétricos, aquecíveis e com repetidores das setas integrados em LED, volante multifuncional, sensor de pressão dos pneus, ar-condicionado digital automático computador de bordo com tela digital colorida de 4,3” com indicador de fluxo de energia. É um bom pacote mas alguns deslizes como a falta de um simples sensor de ponto cego, câmera 360 graus, retrovisor fotocrômico e sensor dianteiro fazem falta.
A multimídia tem 8 polegadas mas os gráficos não tem uma resolução tão boa, a câmera é muito simples e o espelhamento de Celulares é feito com cabo. Para um modelo topo de linha e ainda mais híbrido certamente são itens que faltaram no Stonic. Com cinco anos de garantia o Stonic custa R$ 147,9 mil e o consumidor ainda paga pouco mais de R$ 4300 pela combinação de cor especial como no modelo desta reportagem.
Assim, na faixa de R$ 150 mil o consumidor já compra modelos médios como o Jeep Compass, Volkswagen Taos, Toyota Corolla Cross e Caoa Chery Tiggo 5X. Nenhum deles vai ser tão econômico quanto os médios tradicionais mas em tempos de busca pela eficiência a Kia se destaca pelos números apresentados pelo modelo compacto. Pena que ele seja tão mais caro que os rivais.
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