Teste com a Yamaha YZF-R15: a esportiva mais barata do segmento
Com motor de apenas 155 cm³, ela tem mais de 18 cv e itens de motos grandes
No mundo das motos esportivas, é certo que há poucas opções de baixa cilindrada. E se nesse universo tão restrito houver um produto com soluções incomuns no segmento e toda a pinta de uma moto mais rápida?

A Yamaha YZF R15 é tudo isso. Uma esportiva acessível com 155 cm³ e pinta de moto grande. Vendida na faixa dos R$ 22 mil, ela é a porta de entrada entre as motos de apelo esportivo.

O visual é o mesmo desde que ela estreou em 2023, e logo em 2024 seu grafismo foi atualizado. O perfil esportivo é fiel à proposta, onde o piloto fica baixo olhando para os retrovisores avançados, a dianteira baixa, os pedais recuados e a rabeta suspensa. Além disso, ela tem faróis em LED no alto e baixo e painel digital com indicador de marcha.

Toda carenada, ela esconde o motor pequeno e por isso passa chamando a atenção. Na frente há uma entrada de ar em forma de “M” como na YZR-M1 do Moto GP. Mas as semelhanças param por aí.

Motor pequeno e eficiente
A Yamaha YZF-R15 tem motor de 155 cm³, que geralmente é arrefecido a ar. Mas não nessa motocicleta. Ela tem radiador e comando de válvula variável, algo incomum. Esse motor é um 155 cm monocilíndrico com 18,8 cv e torque de 1,5 kgfm, que chega aos 8.500rpm. Uma moto similar teria ali no máximo 12 cv com arrefecimento a ar. A diferença é grande.

O motor é controlado por transmissão de seis velocidades, enquanto numa moto comum desse segmento seriam só cinco marchas. E a embreagem do tipo deslizante faz toda a diferença para acionamentos mais suaves com o alívio de pressão no manete.
Suspensão de curso reduzido
Com estrutura leve, a Yamaha YZF tem chassi semi duplo e ostenta amortecedores com tubos de 41 mm bem reforçados. Uma moto “comum” teria 30mm menos estrutura.

Na traseira a balança de alumínio tem o tradicional conjunto monoamortecido com 97 mm de curso. É reduzido para melhorar a manobrabilidade.
E os freios são do tipo ABS (Anti-lock Bracking System) nas duas rodas – inédito para o segmento e algo bem elogiado na YZF-R15, apesar do freio traseiro ser um pouco lento nas reações.

Teste prático
Rodamos com a Yamaha R15 pelas ruas de São Paulo por uma semana. Ela chama a atenção, apesar de ser um produto com quase três anos de vida. Nos semáforos, outros motociclistas ficam curiosos e olham para o motor com curiosidade por entre as peças da carenagem.

A posição de esportiva não é unanimidade, mas se acostuma. Pedal recuado, retrovisor avançado, mas não pequeno como nas motos esportivas grandes e painel digital dão tom moderno. Abaixo do banco há um pequeno porta documento com chave e fez seu trabalho durante uma bela chuva. Não molhou.
O motor não parece ter uma cilindrada pequena. A R15 responde em baixas rotações como uma moto maior e com um ronco mais envolvente. É gostosa de manejar com a embreagem deslizante e faz seu papel muito bem no trânsito apesar da posição de pilotagem.
Ao frear poderia ter um conjunto traseiro um pouco mais eficiente, bem como o painel digital com excessivo ofuscamento nestes dias de sol. Mas basta aliviar o trânsito que a YZF R-15 gira rápido a ponto de parecer uma moto de no mínimo 250 cc.
Pelo visto, é isso que a Yamaha queria ao criar essa moto. Com perfil esportivo, ela surpreende no dia a dia e tem preço um pouco maior do que motocicletas de 150 ou 150 cilindradas, só que entregando muito mais.