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Emissão de passaportes cai 14% e interrompe sequência de alta pós-pandemia

Polícia Federal entregou 2,08 milhões de documentos de janeiro a dezembro, menor volume no período desde o fim da pandemia

Conta em Dia|Ana VinhasOpens in new window

Emissão de passaporte tem queda, com aumento do dólar Marcelo Camargo/Agência Brasil

O número de passaportes emitidos caiu pela primeira vez em 2024, após três anos seguidos de alta com a recuperação do período da pandemia de Covid-19. Entre janeiro e dezembro do ano passado, foram emitidos 2,08 milhões de passaportes, uma queda de 14% em relação aos 2,42 milhões de documentos de 2023. Os dados são de levantamento da Polícia Federal.

No período da pandemia, os registros do documento caíram para o patamar de 1 milhão. O recorde de emissões havia sido em 2019, com 2,98 milhões de passaportes.

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A queda da confecção de passaportes coincide com a alta do dólar, que passou de R$ 6 no fim de 2024 e ainda segue em um patamar elevado. A moeda americana registrou crescimento de 27% no ano passado.

No entanto, o recuo dos documentos se contrapõe à retomada do mercado de viagens internacionais, que tem batido recordes, incluindo aumento dos gastos de brasileiros no exterior.


Segundo dados do Banco Central, os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 14,82 bilhões no ano de 2024, o que representa leve alta na comparação ao ano anterior, quando essas despesas somaram US$ 14,53 bilhões.

Documentos entregues pela Polícia Federal Arte/R7

Validade

Ana Carolina Medeiros, presidente do Conselho de Administração Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagens), atribui o resultado ao fato de o passaporte ter validade de dez anos e não vê como uma consequência econômica.


“Nos anos anteriores, houve o efeito de demanda reprimida. O passaporte brasileiro tem vigência de dez anos. O que a gente percebeu no ano de 2023 é que foram passaportes não emitidos em 2020, 2021 e 2022, por conta da pandemia. Houve emissão represada e, realmente, bastante significativa”, afirma Ana Carolina.

Segundo ela, os brasileiros continuam procurando pacotes de viagens internacionais. “Então, a gente vê apenas como um efeito de pandemia, mas nada significativo de ter uma queda”, avalia.


A presidente da Abav destaca que setor está em crescimento, batendo recordes no transporte aéreo, no transporte terrestre, na hotelaria, em todos os segmentos do turismo.

Os dados mais recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) também indicam crescimento de atividades turísticas, com alta de 2,8% em dezembro e de 3,5% no ano de 2024. Com isso, o segmento de turismo se encontra 14,6% acima do patamar de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e renova o ápice da sua série histórica.

“O dólar está realmente caro, mas, por outro lado, torna o país mais atrativo em termos de turismo. Além disso, o brasileiro viaja da mesma forma. Tem pessoas que optam por viajar dentro do país. Mas, em janeiro, por exemplo, nenhuma viagem, até onde a gente tem conhecimento, foi desmarcada por conta do aumento do dólar.”

(Ana Carolina Medeiros)

Expectativa para 2025

A expectativa de crescimento do setor de turismo também é positiva neste ano. “O brasileiro está buscando novos destinos dentro e fora do país. Além disso, o Brasil se tornou a bola da vez, vamos chamar assim, com eventos como a COP30, em novembro no Pará. Recentemente o país foi anfitrião de feira de turismo na Espanha e há ainda um investimentos dos órgãos da gestão em promoção”, explica.

Além disso, Ana Carolina cita que os Lençóis Maranhenses foram eleitos em 2024 como um grande patrimônio natural. “Acho que é um conjunto de coisas que estão colocando o Brasil na prateleira principal do turismo”, conclui.

Segundo o Ministério de Turismo, o Brasil recebeu 1.483.669 milhão de turistas internacionais em janeiro de 2025. O dado mostra que houve um crescimento de 55,07% em relação ao mesmo mês de 2024, quando 956.737 visitantes passaram pelo país. A Argentina responde como a principal emissora de turistas, com 870.318 visitantes.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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