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Crônicas de Stoliar

A passagem de um fenômeno

Marília Mendonça mostrou, com sua trajetória, que não estava neste mundo só de passagem

Crônicas do Stoliar|Do R7


Marília Mendonça foi um fenômeno raro no Brasil
Marília Mendonça foi um fenômeno raro no Brasil

Uma pessoa normal que passou por aqui como um furacão. Um furacão que passou por aqui como uma pessoa normal.

Essa talvez seja a melhor definição para Marília Mendonça. Uma mulher que compôs a primeira música aos 12 anos (num estilo musical dominado pelos homens), já dava sinais de que não estava nesse mundo só de passagem. A viagem foi curta, mas intensa demais. 

Marília levantou voo cedo e aos 26 anos já havia decolado num avião a jato. A cantora nasceu pra isso e em pouco tempo deu uma guinada nos números. Durante a pandemia fez uma live sentada na poltrona de casa, sem muita produção ou planejamento: Foi a mais assistida do planeta! Desculpe... Foi a mais assistida da história do youtube com 3,3 milhões de acessos simultâneos. Os vídeos do canal dela tem 14 bilhões de visualizações.

Em 2019 e 2020, foi a artista mais ouvida do Brasil no streaming. Mais de 37 milhões de seguidores no Instagram (subiu para mais de 40 depois de sua morte) e por aí vai. Oficialmente tinha apenas 6 anos de carreira, 7 álbuns lançados e 11 prêmios. Voou rápido e se tornou a "rainha da sofrência".


Mas mesmo com todos esses números, Marília nunca deixou de ser uma passageira da classe econômica. Gente da gente, sabe? Tratava bem os fãs, era educada, simples, acessível. Pode parecer bobagem, mas nesse meio nem sempre é assim....

Uma pessoa normal que mostrou como a música brasileira ainda tem poder para decolar alto, mesmo em meio à uma pane mundial. Basta que as pessoas se identifiquem com a música e, pra isso, tem que ser bom. Foi assim que esse monomotor virou um Boeing. E cá entre nós, Marília carregou muita gente nesse voo.


Ajudou colegas de profissão, deu voz à milhares de mulheres e abriu espaço para o "feminejo", num ambiente majoritariamente masculino. A queda do avião da cantora levou mais do que as músicas, a bandeira que ela defendia, a autenticidade. Levou o que ela ainda poderia fazer pela música brasileira e na luta pela igualdade entre homens e mulheres.

Marília era um fenômeno natural e a gente sabe que no Brasil, isso leva muito tempo para acontecer.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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