Segundo turno e um futuro incerto na Argentina
Sérgio Massa e Javier Milei vão disputar o segundo turno na eleição para a Presidência argentina
Crônicas do Stoliar|Leandro Stoliar
Já não bastassem a moeda no chão, a inflação no teto e as economias debaixo do colchão, o argentino ainda vai precisar brigar com a insônia por mais tempo do que pensava. E essa instabilidade pra dormir tem tudo a ver com o futuro da política do país. Mais precisamente com o nome de quem vai arrumar a casa dos hermanos, a conhecida Casa Rosada.
São dois caminhos, e o argentino vai precisar escolher apenas um. De um lado, o atual ministro da economia, Sérgio Massa. Um candidato governista de esquerda. Do outro, o azarão de extrema direita Javier Milei. À frente: a cadeira presidencial. E, nesse caso, caro leitor, uma cadeira nada confortável, diga-se de passagem.
A primeira chance de escolher deixou clara a dúvida dos argentinos. Seguir pela direita ou se manter à esquerda? A decisão ficou para o segundo turno. E sabemos que não será uma decisão fácil, né?!
A Argentina vive a pior crise da história, com o poder aquisitivo da população cada dia menor, a taxa de desemprego subindo e o crescimento da informalidade e da fome. No fim da corrida para sentar na cadeira estão Massa e Milei.
Sérgio Massa disse num canal de televisão que seu projeto é buscar o equilíbrio fiscal, uma taxa de câmbio competitiva e o desenvolvimento com inclusão. Mas a pasta econômica que comanda é a dor de cabeça dos argentinos.
A inflação anual subiu 55 pontos e chegou a 183,3% em setembro. Desde que assumiu o ministério, a moeda se desvalorizou em quase 150% em relação ao dólar. A população perdeu poder de compra e se afundou em dívidas. Dá para dormir assim?
Javier Milei ajudou a piorar a situação com declarações públicas. Chamou o peso argentino de "excremento" durante uma entrevista e pediu ao povo para se livrar de qualquer poupança em moeda local. Logo depois disso, o dólar disparou e chegou a 1.000 pesos...
Milei quer transformar o país em três etapas por meio de um plano de governo que duraria 35 anos. Além disso, Milei disse que quer dolarizar a economia, entre outras medidas polêmicas.
O segundo turno na Argentina vai acontecer no dia 19 de novembro, e um desses dois candidatos vai assumir a casa. Pelo visto, os nossos hermanos vão ter dificuldade para dormir e longas noites para pensar. Eu diria que os argentinos estão em maus lençóis.