A nova geração que faz a terra florescer
Os netos de Dona Andrelina assumem o legado da família com inovação, afeto e respeito pelas raízes no Hotel Areia que Canta

A sucessão familiar no agronegócio tem, cada vez mais, sucessores preparados para assumir os negócios. Se antes muitos deixavam o campo para tentar a vida na cidade, hoje o que mais vejo são jovens que foram para a cidade, viajaram para o exterior, trabalharam em outros lugares — e voltaram para a fazenda. E eu fico tão feliz com cada relato desses retornos… Enche meu coração de alegria.
A história de Andrelina Esther Pinotti Farsoni e da nascente do hotel você já leu aqui no blog:
Na horta com Dona Andrelina: afeto, raízes e sabedoria – Noticias R7
Mas hoje quero falar um pouco sobre a gestão familiar do hotel, que segue nas mãos da família.
Dona Andrelina, a matriarca, continua firme nos negócios e, claro, na horta. Mas, além dos filhos, agora são os netos que começam a assumir algumas das tarefas por lá.
Laura, com quem conversei desde o início da Expedição Brotas, formou-se, viajou para fora, trabalhou em outras empresas… Mas voltou. Hoje, ela é responsável pela Venda Santo Antônio — onde são vendidos produtos deliciosos da fazenda e de outros produtores locais — e pela Casa SPA.
Mariana é a gerente do hotel. Assim como Laura, também voltou. Fala dos hóspedes com carinho — especialmente daqueles que “batem o cartão por lá”. Mas também compartilhou situações curiosas, como reclamações do tipo: “Os sapos fazem muito barulho”,“Há muitos insetos”, ou até “Qual o nome da cor e da marca usada na parede? De onde são as redes? E as poltronas?”
Ela contou que muitos objetos e inspirações são garimpados nas viagens que fazem:
“A gente faz mais ou menos a cada dois anos uma viagem em família, para algum lugar geralmente de natureza no Brasil. Então a gente sempre gosta de fuçar desse jeito”, comentou Mariana.
Quis saber dela como foi enfrentar a pandemia e o que fizeram para manter o hotel aberto.
“Na pandemia, a gente teve que fechar mesmo, não receber ninguém. Ficamos três meses com o hotel fechado. Conseguimos continuar com todas as pessoas aqui. Foi quando a minha mãe e minha tia Estela tiveram uma ideia: a gente vendeu carta de crédito, porque alguma coisa a gente tinha que fazer, já que realmente não tinha gente, não tinha entrada, né? Comercializávamos esse produto, que vendia antecipadamente para as pessoas usarem no futuro. E isso deu muito certo. Quando reabrimos, foi necessário nos adequar. A gente tinha que servir as pessoas; ninguém colocava a mão nos pegadores”, ressaltou Mariana.
E então chegou Gabriela. Assim que a vi, notei um brilho diferente. E Dona Andrelina logo anunciou: “Essa é a arquiteta!”
Foi aí que descobri que a parte nova do hotel foi projetada por ela — inclusive a nova piscina, inspirada na nascente da Areia que Canta.
A obra da nova piscina começou há um mês e a previsão é que fique pronta em outubro.

“A proposta dessa nova piscina é criar uma no formato da nascente. E eu nunca tinha feito piscina. O projeto demorou alguns meses para sair. A inspiração veio da própria natureza, do formato do olho d’água. Então a gente vai ter meio que uma releitura disso na piscina, que é pra criar uma conexão com essa ideia. E vai ter borbulhas, o revestimento que parece areia”, explicou a neta arquiteta.
Dona Andrelina tem sete netos: cinco mulheres e dois homens. E eu senti que todos amam estar, trabalhar ou contribuir de alguma maneira no hotel.
E, para encerrar nossa prosa ali — entre mulheres, netas e avó —, perguntei para cada uma o que o Areia que Canta representa para elas:
- Gabriela – “Mágico.”
- Mariana – “Conexão.”
- Laura – “Além de hospitalidade, além de receber pessoas, acho que é transformar de algum jeito, né? Para melhor. Experiência única.”
- Dona Andrelina – “O lema é a intuição que a gente tem para ser feliz, para abranger toda a família. E a coisa mais importante é a reunião. Reunião.”
✅Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp