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Fux classifica volume de provas como ‘tsunami de dados’ e relata dificuldade para elaborar voto

Ministro do STF confessou espanto com a quantidade de material probatório envolvido no processo, que chega a 70 terabytes

Alerta Brasil|Do R7

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“Não é um processo simples, e já não seria tão somente pelo número de denunciados. Mas salta aos olhos a quantidade de material probatório envolvido”, afirmou Luiz Fux, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), ao confessar dificuldade na elaboração do voto diante da grande quantidade de dados disponíveis no processo envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete aliados por tentativa de golpe após as eleições de 2022. 


Fux complementou que o volume de informações impactou diretamente a atuação das defesas: “Foi exatamente nesse contexto que as defesas alegaram cerceamento de defesa, em razão desta disponibilidade tardia que apelidei de um tsunami de dados. [...] Eu não sou um expert neste assunto, mas a quantidade chega a 70 terabytes. São bilhões de páginas”, disse o ministro.

Julgamento da trama golpista

Na manhã desta quarta-feira (10), a Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) retomou o 4º dia do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus pela suposta tentativa de golpe de Estado.

Após a argumentação da PGR (Procuradoria-Geral da República) e a apresentação das sustentações orais das defesas nas duas primeiras sessões, os ministros realizam a leitura dos votos para avaliar o mérito da questão e decidir se haverá condenação, além de definir as penas.

O primeiro a se manifestar foi o relator do processo, o ministro Alexandre de Moraes, que votou a favor da condenação do grupo. Na sequência, o ministro Flávio Dino concordou com a condenação, mas fez uma ressalva quanto às penas proporcionais dos réus Alexandre Ramagem, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, pelo fato de eles terem menor participação na trama golpista.

Faltam os votos, na respectiva ordem, de Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. A decisão será tomada por maioria simples de três votos, mas a defesa ainda pode recorrer dentro do próprio STF e atrasar a decisão final.

Além do ex-presidente, respondem pelos ataques à democracia o tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid; o deputado federal e ex-diretor-chefe da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Alexandre Ramagem; o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier; o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres; o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira; o ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Augusto Heleno; e o general Walter Braga Netto.

A PGR imputou cinco crimes aos reús, sendo elas: organização criminosa armada, tentativa de abolir violentamente o Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado por violência ou grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

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