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Riscos de infecção e de morte no caso Bolsonaro ainda existem

Cirurgião Sérgio Nahas, diretor do Serviço de Cirurgia do Cólon e do Reto do HC, em São Paulo, explica que prioridade agora é manter paciente estável 

Saúde|Deborah Giannini, do R7

O candidato à presidência Jair Bolsonaro passou por cirurgia nesta quinta-feira (6)
O candidato à presidência Jair Bolsonaro passou por cirurgia nesta quinta-feira (6) O candidato à presidência Jair Bolsonaro passou por cirurgia nesta quinta-feira (6)

Evitar infecção e manter o paciente estável são prioridades a partir de agora, no caso de Jair Bolsonaro (PSL-RJ), segundo o cirurgião Sérgio Nahas, diretor do Serviço de Cirurgia do Cólon e do Reto do Hospital das Clínicas de São Paulo. A lesão é considerada grave e a recuperação vai depender da reação do corpo no pós-operatório.

"Ele ainda corre risco de morte. Tem uma costura no intestino delgado. A barriga dele recebeu um banho de cocô com sangue. Isso pode infectar. A cada hora que passa, esse risco de morte diminui, mas existe", afirma.

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O candidato à presidência de 63 anos levou uma facada no abdôme nesta quinta-feira (6) enquanto fazia campanha eleitoral em Juiz de Fora, em Minas Gerais, que provocou uma perfuração no intestino grosso, três no intestino delgado e uma na veia mesentérica superior, que leva sangue para parte do intestino. As lesões foram reparadas.

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“A perfuração foi extensa e ele ainda corre o risco de infecção, tanto intraabdominal quanto sistêmica [que envolve todo o organismo]. A cada hora que passa esse risco diminui, mas ela existe. Ainda existe risco de morte”, afirma.

“Agora ele está em uma unidade de terapia intensiva com mais recursos, mas é preciso ficar alerta 24 horas”, completa, referindo-se à transferência do paciente da Santa Casa de Juiz de Fora para o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, realizada nesta sexta-feira (7).

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Bolsonaro teve que passar por cirurgia de emergência na qual foi retirado 10 cm do intestino grosso e colocado uma bolsa intestinal, chamada de colostomia, de maneira provisória. A colostomia encaminha as fezes do intestino grosso para uma bolsa externa, na região abdominal. O objetivo é evitar que o ferimento tenha contato com as fezes e cause uma infecção. A previsão é que utilize essa bolsa por até três meses.

Uma possível lesão no fígado foi descartada depois da realização de laparotomia exploradora, na qual as vísceras são vasculhadas para a verificação de perfurações, segundo o médico.

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Devido à perfuração da artéria, o paciente teve um choque hipovolêmico, quando há perda severa de sangue, que foi controlada. Segundo o boletim médico, ele perdeu 40% de sangue do corpo, o que corresponde a cerca de 2,5 litros, recebendo quatro bolsas de sangue. Nahas explica que isso representa uma perda de sangue muito grande. “Quando coloca sangue, é preciso que ele seja metabolizado pelo corpo, porque está mudando sua biologia. Isso mexe com a imunidade do doente”, explica.

Segundo ele, o uso da bolsa intestinal é necessário quando há grande quantidade de contaminação de fezes na cavidade intestinal. “A colostomia é uma maneira de não deixar a costura dentro da barriga e expor o paciente ao risco de essa costura abrir e vazar fezes dentro da barriga novamente, causando uma infecção”, explica.

O cirurgião afirma que foi preciso retirar 10 cm do intestino devido à lesão da veia. “Esse segmento provavelmente era nutrido por essa veia. Se o tecido não recebe sangue, ele morre. Então você resseca a parte que está machucada, não deixa o tecido desvascularizado dentro do doente”, diz.

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Bolsonaro ainda não pode ingerir alimentos nem tomar água. Está sendo hidratado e nutrido via venosa. A previsão de alta hospitalar para esse tipo de procedimento é de dez dias, segundo cirurgião.

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