AGU cobra R$ 15 milhões de acusados de tentar explodir bomba perto do aeroporto de Brasília
Ação pede à Justiça indenização pelo 'dano moral coletivo causado pela ofensa à democracia e à segurança aeroportuária' em 2022
Brasília|Do R7, em Brasília
A Advocacia-Geral da União (AGU) ingressou com uma ação civil pública na Justiça Federal do Distrito Federal para cobrar R$ 15 milhões dos três acusados de tentar explodir um caminhão-tanque nos arredores do aeroporto de Brasília. A ação cobra de Wellington Macedo de Souza, George Washington de Oliveira Souza e Alan Diego dos Santos Rodrigues indenização pelo "dano moral coletivo causado pela ofensa à democracia e à segurança aeroportuária". Os três estão presos na penitenciária da Papuda, em Brasília (DF).
A ação é fundamentada nas provas reunidas nos processos que condenaram os três acusados e, também, no relatório da CPMI do 8 de Janeiro que pediu o indiciamento dos três pelos crimes de associação criminosa, abolição violenta do Estado democrático de Direito e golpe de Estado.
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Para a AGU, além de pôr em risco a vida, a integridade física e o patrimônio de terceiros na véspera do Natal de 2022 — período de alta circulação de passageiros e cargas nos aeroportos —, os três tentaram causar a decretação de estado de sítio e uma intervenção militar, de modo a impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Relembre o caso
Nas primeiras horas de 24 de dezembro de 2022, as forças de segurança do Distrito Federal foram acionadas, por meio de uma denúncia anônima, após câmeras do aeroporto internacional de Brasília flagrarem o momento em que um homem coloca uma caixa em um caminhão-tanque e deixa o local em seguida.
A via principal de acesso ao terminal foi bloqueada, em uma operação conjunta do Corpo de Bombeiros do DF, das Polícias Militar e Civil da capital do país e da Polícia Federal com agentes do esquadrão antibombas. As autoridades fizeram uma explosão controlada para desativar o explosivo.
Em depoimento à polícia, George Washington de Oliveira Sousa, que foi preso no mesmo dia, disse que a intenção era chamar atenção para o acampamento montado no Setor Militar Urbano, em Brasília, e para o movimento que contestava o resultado das eleições.
Em 17 de janeiro, Alan Diego dos Santos se apresentou em uma delegacia de Comodoro, a 677 km de Cuiabá.
Em abril, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) pediu à Justiça a condenação dos dois homens. Posteriormente, os dois foram convocados a depor na CPMI do 8 de Janeiro no Congresso Nacional.