Cabral pede ao STF que suspenda processo em que foi condenado por Moro
Ex-governador do RJ também solicitou acesso às mensagens entre Moro e os procuradores nos casos que o envolvem diretamente
Brasília|Gabriela Coelho, do R7, em Brasília
O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que suspenda uma ação penal em que ele foi condenado pelo ex-juiz Sergio Moro, hoje senador, a 14 anos e dois meses de prisão. Cabral, que confessou em juízo os crimes cometidos, também pede a anulação dos atos de Moro por uma suposta parcialidade.
O pedido foi feito dentro de uma ação que determinou que a defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tivesse acesso às mensagens obtidas pela Operação Spoofing. O material inclui trocas de mensagens do então juiz Sergio Moro com integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba, que estavam com hackers suspeitos de invadir celulares.
O R7 entrou em contato com a assessoria do ex-juiz e diretamente com ele, mas ainda não obteve resposta.
Para a defesa, o conteúdo das mensagens indica a existência de "laços de conexão", materializados no "uso político " e na utilização das mesmas estratégias acusatórias "espúrias e ilícitas".
"Os trechos dos diálogos entre procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato concernentes ao ora Requerente comprova cabalmente que o órgão acusatório sempre adotou estratégias subreptícias que prejudicavam a defesa", afirmou a defesa.
Sérgio Cabral também solicitou acesso às mensagens entre Moro e os procuradores nos casos que o envolvem diretamente. Em dezembro do ano passado, a Segunda Turma do STF decidiu conceder liberdade ao ex-governador. Ele está, atualmente, em prisão domiciliar.
Histórico
Sérgio Cabral foi governador do Rio de Janeiro por dois mandatos, entre janeiro de 2007 e março de 2014. Antes, ele ocupou cargos de senador e de deputado estadual. O ex-governador foi preso em 2016, quando foi acusado de receber propina para beneficiar empresários em obras como a reforma do Maracanã e o PAC das Favelas. Ele responde a mais de 20 processos.