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Caso Marielle: PF prende policial e ex-assessor de Domingos Brazão

Mandados de prisão cumpridos nesta quinta-feira (9); PGR denuncia irmãos Brazão por morte da vereadora

Brasília|Gabriela Coelho, do R7, em BrasíliaOpens in new window

Chiquinho e Domingos Brazão e Rivaldo Barbosa
Chiquinho e Domingos Brazão e Rivaldo Barbosa Chiquinho e Domingos Brazão e Rivaldo Barbosa (Câmara dos Deputados/Divulgação/arquivo — Flickr/Domingos Brazão/15.06.2011 — Fernando Frazão/Agência Brasil/arquivo)

A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira (9) Robson Calixto da Fonseca, ex-assessor de Domingos Brazão, e o policial militar Ronald Paulo Alves Pereira, por suposto envolvimento no assassinato da ex-vereadora Marielle Franco e do motorista dela, Anderson Gomes, em 2018. A PGR (Procuradoria-Geral da República) denunciou ao STF (Supremo Tribunal Federal) Domingos Brazão e o irmão dele, o deputado federal Chiquinho Brazão, que são suspeitos de serem os mandates do crime.

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Em março, agentes da Polícia Federal cumpriram 12 mandados de busca e apreensão e três de prisão em diversos endereços do Rio de Janeiro. Entre os presos estão o deputado federal Chiquinho Brazão, do partido União Brasil, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, o delegado Rivaldo Barbosa. Os mandados foram expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

Em trecho da decisão que o R7 teve acesso, Moraes afirma que Robson Calixto da Fonseca possui grande proximidade com os denunciados e há indícios de que, mesmo após as diligências determinadas com a apresentação do relatório policial, o ex-assessor permaneceu agindo em favor dos denunciados.

“Quanto a Robson ‘Peixe’, embora não lhe tenham sido imputados os crimes de homicídio descritos na denúncia, trata-se de indivíduo que integra a organização criminosa envolvida nos fatos, ao lado de Domingos Inácio Brazão e João Francisco Inácio Brazão. O relatório aponta o seu contato frequente com os milicianos de Rio das Pedras, especialmente ‘Fininho’. Ainda hoje, ‘Peixe’ mantém envolvimento direto na gestão dos negócios imobiliários irregulares da organização criminosa, funcionando como procurador informal e ‘laranja’ dos irmãos Brazão. A sua prisão é necessária, portanto, para interromper as atividades da facção”, disse Moraes citando a PGR.

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Já no que diz respeito a Ronald Pereira, a Procuradoria-Geral da República afirmou que ele foi apontado por Ronnie Lessa como um dos responsáveis pelos homicídios, especialmente por haver assumido o encargo de obter informações sobre a rotina de Marielle.

“As declarações do colaborador foram confirmadas pelo cruzamento de sinais de ERB, registros de ligações telefônicas e mapeamento das movimentações do denunciado. Como descreve a denúncia, no dia 06 de março de 2018, uma semana antes do delito, Ronald Paulo acompanhou os deslocamentos da vítima Marielle Francisco, enquanto a vereadora cumpria agenda na Universidade Cândido Mendes”.

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Segundo a investigação, os presos são os autores intelectuais dos homicídios da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes. Eles também são suspeitos da tentativa de assassinato de Fernanda Chaves, assessora de Marielle.

A motivação do crime foi um embate entre Marielle Franco e Chiquinho Brazão em torno de um projeto de lei, de autoria de Brazão, que regularizava terrenos dominados pela milícia. Marielle era contra o projeto e considerada o principal ponto de resistência dentro da Câmara de Vereadores.

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Morte de Marielle

A quinta vereadora mais votada do Rio de Janeiro, Marielle Franco, foi executada com quatro tiros ao sair de um evento na Casa das Pretas, na Lapa, região central do Rio, em 14 de março de 2018. Imagens de câmeras de segurança registraram o início da perseguição de um veículo prata ao carro da parlamentar. No entanto, os disparos foram feitos em uma rua onde não havia sistema de monitoramento.

Um ano após o crime, a polícia prendeu o PM reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio de Queiroz. Lessa é acusado de ter atirado com uma submetralhadora, e Queiroz, de dirigir o veículo usado no crime.

A arma usada por Lessa nunca foi encontrada. No entanto, durante as investigações, a polícia encontrou um arsenal na casa de um amigo de infância de Ronnie Lessa no Méier, zona norte do Rio. Na ocasião, o suspeito alegou ter guardado os 117 fuzis sem saber o conteúdo das caixas.

Uma denúncia revelou que o armamento foi lançado ao mar na Barra da Tijuca, na zona oeste. Em depoimento ao MP-RJ, um pescador confirmou ter sido contratado por R$ 300 por um suspeito ligado a Ronnie Lessa para realizar o serviço.

A partir da informação, em outubro de 2019, a Operação Submersus prendeu a esposa e o cunhado de Ronnie Lessa, além de duas pessoas, por atrapalharem a investigação.

Em 2020, o bombeiro Maxwell Simões Correa foi preso na Operação Submersus 2 por ajudar o grupo a descartar a arma do crime.




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