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CPI aprova requerimento para ouvir presidente da ANS

Paulo Rebello deve ser um dos últimos a depor na CPI

Brasília|Isabella Macedo, do R7, em Brasília

CPI quer ouvir presidente da ANS sobre quais foram as ações tomadas pela agência para fiscalizar Prevent Senior
CPI quer ouvir presidente da ANS sobre quais foram as ações tomadas pela agência para fiscalizar Prevent Senior

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 aprovou na tarde desta quinta-feira (30) a convocação de Paulo Roberto Vanderlei Rebello Filho, diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Rebello deve dar o depoimento final da comissão na próxima quinta-feira. Segundo o cronograma divulgado nesta manhã pelo presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), o relatório final de Renan Calheiros (MDB-AL) deve ser entregue em 16 de outubro, após o feriado. A leitura do relatório da CPI será no dia 19 e a votação do relatório no dia 20 de outubro

A semana que vem, entre 4 e 8 de outubro, deve ter os últimos depoimentos, entre eles o de Rebello. Também serão ouvidos o executivo da VTCLog, Carlos Alberto Sá, e um dos médicos que trabalharam na Prevent Senior.

Rebello deverá esclarecer aos senadores quais foram as ações tomadas pela ANS para fiscalizar a Prevent Senior, alvo de denúncias de médicos que trabalharam na operadora de saúde. De acordo com o requerimento apresentado pelo vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Rebello deverá prestar esclarecimentos “sobre as ações e medidas adotadas pela referida agência reguladora para coibir e responsabilizar irregularidades praticadas pela operadora”.

Nesta quarta (29), a ANS autuou a Prevent Senior porque, de acordo com a agência, foram constatados indícios de que a operadora deixou de comunicar aos beneficiários informações que, por lei, deveriam ter sido dadas. A agência reguladora disse ainda que a operadora tem dez dias, contados a partir de segunda, para apresentar defesa.


Ao R7, a ANS disse que o auto é um indicativo de infração e, após o prazo (de dez dias) para que a operadora apresente a defesa, será feita uma análise para definir se haverá multa. Caso seja aplicada, a multa será calculada de acordo com o número de beneficiários do plano de saúde que foram afetados pelas infrações. Existem, segundo a ANS, dois processos abertos referentes à operadora, e a agência está entrando em contato com médicos e pacientes. Além disso, foram realizadas diligências na sede da Prevent Senior para recolhimento de documentos pertinentes à investigação.

A Prevent Senior entrou na mira da CPI após a comissão receber denúncias de médicos que trabalharam em hospitais da operadora, declarações de que foram obrigados a trabalhar mesmo infectados pela Covid-19 e a distribuir o chamado "kit Covid". Em depoimento, a advogada Bruna Morato, que representa o grupo de médicos, afirmou que eles não tinham autonomia para prescrever medicamentos para pacientes com Covid.

Bruna Morato disse ainda que era comum a empresa mudar a causa da morte de um paciente que teve Covid. Em outra parte do depoimento, a advogada afirmou que a Prevent Senior trabalhava com um grupo de médicos e que estes, por sua vez, agiam em coordenação com o Ministério da Economia. O objetivo da aliança seria "conceder esperança para que as pessoas saíssem às ruas". Para isso, deveria ser incentivado o uso da hidroxicloroquina. 

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